A Nestlé, segunda maior fabricante mundial de chocolates, deve adquirir a Cadbury ao invés da Hershey para concorrer com mais força contra a Mars, informou Pablo Zuanic, um analista do JPMorgan Chase. A compra da Cadbury acrescentaria chicletes aos produtos que a Nestlé comercializa, escreveu ontem Zuanic em uma nota dirigida a seus clientes, acrescentando que uma possível compra da Hershey também seria "positiva". Robin Tickle, porta-voz da Nestlé, e Alex Harrison, porta-voz da Cadbury, não comentaram o assunto.
"Hipoteticamente falando, a Nestlé poderia na verdade comprar a Hershey e a Cadbury e ainda assim manter o seu plano de reaquisição de ações", acrescentou o analista. A companhia suíça planeja comprar de volta US$ 23 bilhões em ações no período de três anos. O jornal Daily Telegraph informou esta semana que a Hershey tem discutido a possibilidade de vender uma participação à Nestlé. O porta-voz da Hershey, Kirk Saville, não comentou o assunto. A Mars planeja comprar a fabricante de chicletes Wrigley, o que pressionaria ainda mais a criação de fusões e alianças entre companhias do setor, afirmou analista Sanford C. Bernstein da Andrew Wood.
A Nestlé está destinando anualmente entre US$ 1 bilhão e US$ 2 bilhões do seu orçamento para aquisições, afirmou Jim Singh, presidente da empresa, durante um encontro de investidores em junho. A Hershey tem valor de mercado de US$ 9,2 bilhões. A Cadbury vale US$ 15 bilhões. Analistas do Citigroup mudaram ontem a sua recomendação de "manter" as ações da Cadbury para "vender", defendendo que as pressões sobre os custos continuarão "severas" para a maior parte dos fabricantes de alimentos.
Veículo: Gazeta Mercantil