Para a maioria dos cargos é necessário ter apenas o ensino fundamental. Remuneração chega a R$ 2.500
Padarias e até supermercados estão atrás de padeiros e confeiteiros. O aumento do consumo das famílias fez com que a demanda por estes profissionais aumentasse. Os postos públicos da capital selecionam estes trabalhadores e, para qualificá-los, o Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria de São Paulo (Sindipan) oferece mais de 30 cursos para iniciantes até a formação técnica na área onde irão atuar.
“O único problema é encontrar mão de obra devido à rotina diferente destes profissionais, que trabalham à noite e também aos fins de semana”, diz o vice-presidente do Sindipan, Carlos Perregil. Para trabalhar como padeiro ou confeiteiro, o profissional tem que gostar do que faz e também precisa ter facilidade em lidar com o público.
Somente os postos do Centro de Solidariedade ao Trabalhador (CST) e do Centro de Apoio ao Trabalho (CAT) têm 113 vagas abertas para padeiros ou ajudantes, confeiteiros ou auxiliares, balconistas de padaria e forneiros. A maioria dos estabelecimentos exige que o candidato tenha apenas o nível fundamental para atuar na profissão. Confeiteiros podem ganhar R$ 2.500 e padeiros, R$ 1.200.
Já nos postos do Emprega São Paulo, são 90 oportunidades para padeiros e confeiteiros em todo o estado. É necessário que o candidato tenha ensino fundamental e, em alguns casos, nível médio. A maioria das padarias pede que o profissional tenha, no mínimo, seis meses de experiência.
Para ocupar estes cargos, é necessário ter um curso de especialização na área. Atendendo à demanda, o Instituto do Desenvolvimento de Panificação e Confeitaria (IDPC), filiado ao Sindipan, oferece aos maiores de 16 anos que estejam cursando ou tenham concluído o ensino médio cerca de 30 cursos de formação pelo valor de R$ 275.
Luís Manuel da Rocha Martins, de 40 anos, conclui o curso de panificação e confeitaria iniciado na escola daqui a oito meses. Ele deixou a pizzaria que tinha há 12 anos para investir na área de confeitaria . Hoje, ele busca por um emprego no setor. “Já estou atrás e pretendo conseguir um trabalho é o fim do curso”, afirma.
Aprendendo com a prática
Os companheiros de trabalho José Vanderlei do Nascimento e José Edson Gonçalves Aquino exercem as funções de padeiro e confeiteiro, respectivamente, na padaria Casa Blanca, na Vila Nova Conceição, na Zona Sul. Eles começaram como ajudantes e, com a experiência adquirida, evoluíram na carreira.
“Sempre gostei de atuar como padeiro e tudo o que aprendi foi trabalhando com os mais experientes, conta Vanderlei, de 38 anos, que faz os pães doces, franceses ou italianos da padaria há nove meses. Mas a experiência já vem de 15 anos atrás, quando decidiu largar tudo para virar padeiro. Hoje, seu salário sustenta a família. “Estou bem e muito feliz”, completa Vanderlei, que é casado e tem três filhas.
Já o confeiteiro Edson, de 33 anos, conta que começou na profissão aos 16 anos. “Era ajudante de confeiteiro e aprendi as técnicas com eles. Depois fiz mais alguns cursos para estar por dentro das novidades”, diz. Edson faz os doces e enfeita os bolos da Casa Blanca há mais de três anos e conta que, com o salário, dá conta das despesas da casa e dos dois filhos.
Veículo: Diário de S.Paulo