Laticínios apostam na marca de leite pasteurizado "Speciale" com entrega exclusiva para padarias.
Os proprietários de padarias em Belo Horizonte têm perdido, dia a dia, mais clientes para o setor supermercadista, que passou a se especializar também na venda de pães, leites e derivados nos últimos anos.
Para reverter esse cenário, o Sindicato e a Associação Mineira da Indústria de Panificação (Amipão), em parceria com a empresa mineira de laticínios, BF Alimentos Ltda (MuMilk), apostam na marca de leite pasteurizado "Speciale", produto que já garantiu à Mumilk um crescimento de 50% nas vendas somente no primeiro quadrimestre na comparação com igual intervalo 2009.
Hoje, a empresa comercializa o "Speciale" para cerca de 200 padarias na capital mineira. De acordo com o diretor da MuMilk, Luiz Cláudio Salerno, a meta é aumentar a produção diária de 3,5 mil a 4 mil litros de leite para 5 mil litros por dia até o mês de julho. "O principal objetivo desse acordo é aumentar todos os dias o fluxo de consumidores de leite pasteurizado nas padarias, por isso não comercializamos para nenhum supermercado em Belo Horizonte", explicou.
O próximo passo da empresa, que está no mercado há um ano e oito meses, com parque fabril em Bonfim, região Central do Estado, a 82 quilômetros da Capital, é alocar representantes comerciais para as demais cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
"Nossa meta é atingir municípios em um raio de 100 quilômetros de Bonfim. Isto porque o leite pausterizado tem um prazo de validade curto, de cinco dias apenas, e portanto não pode ser comercializado em cidades que estão em regiões além desta distância".
Custo - A empresa, especializada na produção de leite pasteurizado, trabalha hoje com 16 distribuidores alocados por toda o capital mineira. Além deles, 30 funcionários trabalham na fábrica de Bonfim, que além do "Specialize", também produzem a marca "MuMilk".
Como empresário do setor, Salerno afirma que o leite pausterizado tipo C é rico em nutrientes, pois é um produto selecionado e contém propriedades benéficas aos seres humanos, diferente do esterelizado. Outro diferencial desse produto é o preço de comercialização, ele pode variar de R$ 1,25 a R$ 1,40, enquanto o leite longa vida pode superar R$ 2.
"Essa variação explica-se pelo processo de produção do leite longa vida que é mais caro do que o pasteurizado, e principalmente devido ao preço da embalagem que chega a R$ 0,35, enquanto a do "Speciale" custa R$ 0,05". De acordo com Salerno, o público desse tipo de produto é bastante fiel e procuraem sua maioria preço baixo. Eles são pertencentes às classes C, D e E.
Até o final de 2010, Salerno espera incremento de 100% nos negócios em relação ao ano passado. Além disso, para fidelizar ainda mais clientes pela RMBH, está em estudo um projeto realizado em parceria com fabricantes de embalagens alternativas, em prol do desenvolvimento de novas embalagens para a marca "Speciale". "Mesmo com as mudanças, os preços permanecerão baixos, este é o objetivo: oferecer diferencial no mercado sem aumentar o valor de custo para o consumidor".
Mercado - Os preços pagos aos produtores de leite em abril em Minas Gerais (referente à produção de março) apresentaram alta próxima da 12% frente o mês anterior, onde foi registrado incremento de 10% devido à queda na captação no Estado. A tendência, segundo representantes do setor leiteiro, é que a alta poderá se manter nos próximos meses em decorrência do período de seca, porém o aumento vai ser ajustado de forma que não promova a redução do consumo.
No acumulado de janeiro a abril a alta registrada foi de 27%, se comparado com igual período do ano passado.
Veículo: Diário do Comércio - MG