Varejo puxa crescimento insustentável

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Pesquisa da Ativa Corretora projeta alta de 11,5% para o setor este ano

 

Embora a retomada da cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) tenha desaquecido a demanda dos segmentos de veículos, móveis e de eletrodomésticos, no geral, o varejo vem impulsionando o crescimento do país de forma não sustentável. Pesquisa da Ativa Corretora, cedida com exclusividade ao BRASIL ECONÔMICO, alerta para o risco inflacionário que o ritmo de expansão de setores pouco vulneráveis à oferta de crédito traz para a economia.

 

Entre os ramos que vêm impulsionando a economia com pressão nos preços é o de supermercados e de materiais de escritório (puxado pela venda de computadores pessoais).

 

“O forte desempenho da economia vem gerando reflexos sobre a geração de emprego, enquanto a massa salarial cresce de forma robusta e impulsiona o consumo nesses segmentos, o que é preocupante do ponto de vista da inflação”, afirma o economista chefe da Ativa, Arthur Carvalho Filho. “Isso porque são áreas pouco influenciadas pela política monetária do Banco Central, que tende a elevar os juros este ano”, complementa.

 

Segundo a pesquisa, os setores de móveis, eletrodomésticos e veículos também apresentam taxa de crescimento acima do patamar sustentável. Contudo, a influência desses produtos sobre a expansão do varejo tendem a se reduzir neste trimestre. “O IPI trouxe uma demanda artificial para a economia, pois antecipou o consumo no final do ano passado e no começo de 2010, mas já está retornando aos níveis normais”, explica.

 

Outro fator que contribuirá para a retomada das vendas nesses setores é a tendência de elevação da taxa básica de juros (Selic), que podempassar dos atuais 9,25% ao ano para até 12%. “A medida deve reduzir a demanda por crédito, que ficará mais caro para o consumidor, entretanto, os bancos ainda não repassaram em totalidade esse aumento de custo na oferta. Desta forma, os efeitos dos juros pouco influenciamnos principais itens de pressão do varejo”, analisa.

 

Projeções
Enquanto o varejo simples, excluindo- se a venda de veículos, apresentou crescimento de 5,9% no ano passado, a Ativa Corretora projeta uma expansão mais robusta para este ano, de 11,5%.

 

Para o primeiro trimestre, a alta foi de 12,8%, mas o ritmo deve desacelar até dezembro, quando o varejo terá apresentado elevação de 11%. “Exceto nos setores de supermercado e material de escritório, o varejo responde bem à política monetária. Desta forma, à medida que os bancos forem repassando o maior custo do crédito, as vendas crescerão de forma menos acentuada. Ainda assim, sentiremos esses efeitos apenas em 2010”, conclui.

 

Veículo: Brasil Econômico


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