Consumidor compra mais roupa de inverno

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Depois de um 2009 de retração, confecções e varejistas faturam com o frio e se animam com o verão

 

O consumidor está comprando mais roupa nesta temporada de inverno. O crescimento das vendas no varejo mostra um quadro bem diferente do vivido no ano passado, quando o setor de confecções encolheu. E a expectativa é que a coleção de verão, que deve começar a aparecer nas vitrines em menos de duas semanas, continue a atrair compradores.

 

Segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil, a produção de vestuário e acessórios caiu quase 8% em 2009, mas de janeiro a abril deste ano a curva inverteu-se e o crescimento superou a marca de 12%, em relação a igual período do ano passado. No varejo, as vendas que caíram 2,72% no ano passado, subiram 9,53% neste ano, até março.

 

Em abril, divulgou esta semana o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a categoria de vestuário, tecidos e calçados foi a única de todo o varejo a registrar aumento de vendas, de 2,2% em relação a março.

 

"Estamos observando uma reação positiva e, com o frio, os estoques serão desovados", diz Sarah Vaintraub, coordenadora do Comitê de Moda Feminina da Abit. Roberto Chadad, presidente da Abravest, que reúne 2,2 mil confecções no país, concorda e diz que a partir de abril os pequenos e médios fabricantes de roupa "começaram a entrar no azul".

 

O varejo aquecido, diz Chadad, "faz entrar dinheiro no caixa dos lojistas. E com mais dinheiro, as compras da coleção de verão serão maiores."

 

O volume de estoque de roupas mais leves e coloridas deve crescer acima de 20% neste ano nas 105 lojas da rede de hipemercados Extra, em comparação à temporada de verão do ano passado. "Estamos com as compras programadas até dezembro", diz o diretor da área têxtil do Grupo Pão de Açúcar, Sidnei Abreu. Há dois anos o executivo começou a reestruturar a divisão que abriga vestuário e artigos de cama, mesa e banho do Extra - bandeira responsável por 50% do que o maior grupo varejista do país fatura.

 

Abreu compra roupa feminina, masculina e infantil de um grupo de cerca de 100 confecções. "Mas nós determinados as cores e o desenho. São roupas sob encomenda", explica o diretor. Depois que ele assumiu o posto, a rede Extra começou a ter coleções de inverno e verão e sua missão era, e é, "vender muito".

 

No ano passado, ao contrário da média do varejo de moda, que encolheu, a rede Extra teve expansão de 15% nas vendas, em volume, e sem considerar lojas novas. "De janeiro até agora, o crescimento tem sido acima de 20%", diz Abreu, considerando o mesmo período de 2009.

 

Para lojistas e confecções de pequeno e médio portes, as vendas das roupas de verão devem acelerar-se a partir da próxima semana em São Paulo. E são mais importantes para os fabricantes nacionais, diz Chadad, pois a participação do produto importado, que na temporada de inverno gira em torno de 90% do que o varejo compra, na coleção de verão cai para menos de 50%.

 

De segunda a sexta feira, o Expo Center Norte abrigará três feiras, de roupa feminina, masculina e infantil. A expectativa dos organizadores é otimista.

 

Sarah Vaintraub, da Abit, há 20 anos dedica-se a montar feiras de moda e informa que o pavilhão de roupa feminina abrigará 120 confecções. Na edição de 2009, lembra, os participantes fecharam contratos equivalentes a R$ 15 milhões. Sua estimativa para este ano é de um aumento de 20% nos negócios. No pavilhão infanto-juvenil, que vai ocupar cerca de 15 mil metros quadrados, são esperados 183 expositores e a estimativa de Humberto Rebonato, um dos organizadores, é que 15 mil lojistas circulem pelos corredores.
 

 

Veículo: Valor Econômico


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