Água de Cheiro ganha fôlego com Globalbras

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Sob nova direção, marca criada pela empresária mineira Beth Pimenta deixa concordata para trás e se prepara para atingir 1,5 mil lojas até 2012. 

 

A mineira Água de Cheiro redesenhada pela holding Globalbras, dona do negócio desde setembro do ano passado, tem objetivos ousados. Ao longo de 2010, a franqueadora e também fabricante de perfumes e cosméticos planeja somar 400 unidades ao negócio e fechar o ano com cerca de 700 lojas. A meta geral é se posicionar como a segunda maior franquia do segmento no País, com pelo menos 1,5 mil pontos de venda até 2012, só perdendo em tamanho para a rede O Boticário, com a qual planeja disputar a clientela.

 

O projeto imediato de crescimento prevê forte expansão em São Paulo, para onde o grupo Globalbras transferiu a matriz da franqueadora. "Fechamos com quase todos os shopping centers do estado para abrir lojas até o fim do ano", afirma o diretor comercial da Água de Cheiro, Alexandre Kalid, depois de enumerar extensa relação de unidades já inauguradas no mercado paulista nos últimos nove meses.
Investimentos

 

A fábrica própria da empresa permanece na cidade mineira de Lagoa Santa. Ainda este ano, explica o executivo, ela será beneficiada por investimentos em torno de R$ 4 milhões destinados à expansão e modernização. A Água de Cheiro produz seus perfumes e cosméticos em Minas Gerais e encomenda fora do País parte da linha de maquiagem.

 

Kalid não revela valores envolvidos na compra da empresa. Ele explica, no entanto, que além de modernizar a fábrica, a franqueadora abrirá centros de distribuição (CDs) em Contagem (MG), Brasília (DF) e Recife (PE). "Eles entram em operação a partir de agosto, em parceria com um operador logístico", diz.
A marca estuda a viabilidade de também trabalhar com outros canais de distribuição – entre eles uma loja virtual –, mas o empresário justifica que a criação dos CDs acontece especialmente para conceder velocidade de entrega à rede. Ele afirma que a partir de agosto a empresa assumirá as despesas com frete atualmente bancadas pelos próprios lojistas.

 

No fim deste ano, segundo contabiliza Kalid, a capital paulista e cidades à sua volta somarão cerca de 200 franquias da marca em operação. Abrir uma delas requer investimento em torno de R$ 90 mil, no caso de loja de rua; ou R$ 120 mil, nos shopping centers, fora despesas com o ponto. O formato quiosque, conforme explica o diretor comercial, está reservado basicamente à expansão dos negócios de franqueados já estabelecidos.

 

A prioridade dos novos donos da marca mineira é crescer com lojas exclusivas, redesenhadas com novo logotipo e espaço ampliado para acomodar um prometido mix renovado frequentemente. Segundo Kalid, só em 2010 serão 100  lançamentos. "A estocagem para reposição fica mais difícil no quiosque sozinho", justifica o empresário.

 

A Água de Cheiro já foi uma rede com cerca de 800 lojas espalhadas pelo País. A história do negócio sempre foi contada como um caso exemplar de empreendedorismo, sob a batuta da empresária mineira Beth Pimenta, que integrou o time de pioneiros do franchising brasileiro.

 

Com a venda do negócio à Globalbras, a criadora da marca saiu totalmente da operação. "O grupo comprou 100% do negócio. Só o irmão dela, que era seu sócio, continua, mas como franqueado de três lojas em Belo Horizonte (MG). E ele vai expandir", diz Kalid.
Franqueados

 

Apesar do sucesso do negócio, a empresa mineira teve dificuldades econômicas e enfrentava uma concordata desde 2005. De acordo com Kalid, a venda do negócio resolveu o problema.
Ainda de acordo com o executivo, boa parte do crescimento deverá acontecer com empresários que permaneceram na rede. Quando a holding assumiu a empresa, eles eram 214 à frente de 265 franquias. A matriz, naquela ocasião, detinha quatro lojas. Hoje, comanda 40 dos 350 pontos de venda. Kalid garante que os franqueados estão motivados. "Em um primeiro momento, fizemos convenções regionais para apresentar o nosso projeto.Os que estavam ficaram na rede. Hoje, quase todos estão em processo de expansão."

 

Retrato da Rede

Fundação: 1976
Adesão ao franchising: 1981
Unidades: 350
Meta de expansão: 1,5 mil lojas até 2012
Investimento inicial: de R$ 90 mil a R$ 120 mil
Royalty ao mês: 26% sobre compra
Taxa de propaganda ao mês:  14% sobre compra  regionais para apresentar nosso projeto.

 


O convencimento também incluiu forte ação de mídia, embalada, de setembro de 2009 até março deste ano, pela atriz Taís Araújo como garota propaganda. E desde então, e até o fim de 2010, pela contratação de Deborah Secco. "A rede estava parada, sem grandes ações. Fizemos um plano de mídia muito forte." O conjunto de ações, segundo o executivo, resultou em crescimento de faturamento mensal das lojas  entre 60% e 70%.

 

A holding Globalbras foi fundada pelo criador da Construtora Tenda (hoje comandada pela Gafisa), Henrique Alves Pinto. O grupo também mantém negócios nas áreas agropecuária, de bebida e aviação. E está atento a outras  oportunidades no franchising. No caso da Água de Cheiro, Kalid ainda não tem definições sobre eventual IPO (sigla para oferta pública inicial de ações) da marca. "A abertura de capital e novos sócios no negócio ainda não está na pauta."
 

 

Veículo: Diário do Comércio – SP


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