Em Paranapanema (SP), expectativa de produção de pêssego, ameixa e nectarina se mantém boa e safra deve adiantar
A previsão de um inverno menos chuvoso está animando os produtores de frutas de caroço da Cooperativa Agroindustrial Holambra, do município de Paranapanema (SP), principal polo de produção de pêssegos, nectarinas e ameixas do Estado de São Paulo.
"O clima deste ano promete uma excelente safra", diz o gerente comercial da frutas da cooperativa, João Camargo. A estimativa de crescimento na produção gira em torno dos 30% em relação ao ano passado, quando a cooperativa produziu e vendeu 3.200 toneladas de frutas de caroço, sendo 1.700 toneladas de pêssegos, mil toneladas de ameixa e 600 de nectarina.
Conforme Camargo, esse aumento não é devido ao crescimento da área plantada, mas sim à previsão de poucas chuvas para os próximos dois meses, quando as árvores florescem. "No ano passado choveu muito nesse período, o que prejudicou muito a polinização", diz Camargo.
"A amplitude térmica alta que se tem observado, com a temperatura na casa dos 27 graus durante o dia, caindo para 6 graus à noite e está adiantando a floração e tornando-a uniforme", diz o agrônomo da Sigma Agro Pesquisa - empresa responsável pela assistência técnica das propriedades da região -, Fernando Mascaro. Segundo ele, em razão do florescimento precoce, a colheita das variedades mais precoces pode começar até 15 dias mais cedo, no início de setembro. No geral, o agrônomo também vê boas perspectivas com o clima mais seco e a reposição constante das áreas de cultivo. "Não tivemos redução. Apenas substituição de variedades."
O produtor Henrique Kievitsbosch, que produz frutas de caroço desde a década de 1970, traça perspectivas mais animadoras. Há dois anos ele ampliou em 40% a área plantada, totalizando 20 hectares de pêssego, 60 hectares de ameixa e 10 hectares de nectarina. As áreas novas terão sua primeira produção justamente em um ano de clima favorável. "Se tudo permanecer como está, se não esquentar mais ou houver geadas, terei um crescimento na minha safra próximo dos 50%", comemora.
Além das perdas causadas pela chuva, Kievitsbosch também cita a baixa qualidade das frutas obtidas na última safra. Neste ano, além de colher mais, ele espera mais qualidade, o que é importante para concorrer com as frutas importadas, que mesmo sem gosto, têm tamanho e cor boas.
Veículo: O Estado de S.Paulo