Extrema: investimentos saborosos e lucrativos

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Depois da Bauducco e da Kopenhagen, foi a vez da gigante suíça Barry Callebaut escolher o município mineiro para instalar sua primeira fábrica na América do Sul. Localização privilegiada, próxima a grandes centros, e clima ameno que facilita manuseio do chocolate

 

Distante apenas uma hora de grandes centros, o município mineiro de Extrema, além da localização privilegiada, possui clima ameno, que facilita o manuseio do chocolate. É por isso que a cidade de cerca de 26 mil habitantes tem atraído investimentos saborosos e lucrativos. A gigante suíça Barry Callebaut foi a última a chegar e inaugurou no fim de maio a primeira unidade fabril na América do Sul. A cidade já abriga duas outras grandes empresas do ramo, a Kopenhagen e a Bauducco. Juntas, as três companhias empregam cerca de 2,5 mil  pessoas, o correspondente a quase 10% do total de habitantes do município.

 

Uma das grandes multinacionais do mercado de produtos de cacau e chocolates de alta qualidade, a Barry Callebaut investiu US$ 15 milhões na fábrica, com capacidade para produzir anualmente cerca de 20 mil toneladas de chocolate – nas versões negro, ao leite e branco – e também compostos para clientes industriais e artesanais. Mas nenhum produto terá como destino a mesa ou as mãos do consumidor final.


 
De acordo com a empresa, a capacidade plena de utilização da unidade deverá ser atingida rapidamente, uma vez que 80% da produção local será direcionada para o mercado de serviços alimentícios de rápido crescimento, como restaurantes, cadeias de fast food, padarias, docerias, fornecedores, hotéis, entre outros.

 

Expansão – "O Brasil é o quinto maior país do mundo, com uma população de mais de 190 milhões de pessoas, e retornou muito mais rapidamente para a sua dinâmica inicial de crescimento do que a maioria das outras economias após a recente crise econômica", disse o CEO da Barry Callebaut, Juergen Steinemann.  "Além disso, o governo brasileiro espera um crescimento para o PIB (Produto Interno Bruto)de cerca de 6% para 2010. Baseado nesse histórico e nas previsões de crescimento para o mercado de chocolate na América Latina de mais de 3% em termos de volume anualmente, enxergamos um tremendo potencial para expansão, não apenas no Brasil, mas em toda a região", declarou
o executivo.

 

Outro representante da empresa, o diretor das operações brasileiras, Bertrand Remy, justificou a escolha da cidade mineira. "Cerca de 75% do PIB brasileiro é gerado em um raio de 500 quilômetros de Extrema", disse.

 

Ainda segundo ele, a unidade de beneficiamento de cacau da Barry Callebaut , em Ilhéus (BA), aliada à nova fábrica, em Extrema, irá aproximar a companhia ainda mais dos clientes brasileiros. "Estaremos em ótima posição para cumprir o objetivo de nos tornar o fornecedor número um de chocolate para a indústria de serviços alimentícios do Brasil, que vem crescendo rapidamente", afirmou Remy.

 

Para o início da produção de chocolate em Extrema, a Barry Callebaut ofereceu 70 novos empregos. Esse número pode aumentar com as novas linhas que serão implementadas no futuro, de acordo com o desenvolvimento do mercado.

 

Incentivos – Questionados sobre incentivos fiscais e outros benefícios que possam ter recebido tanto da prefeitura quanto do governo de Minas Gerais, os executivos da empresa suíça não revelaram detalhes. "Em alguns casos, as autoridades governamentais oferecem alguns incentivos para convidar as empresas a investir em determinadas regiões", disse Remy. E complementou. "É uma prática comum em muitos países ao redor do mundo e também aqui no Brasil, bem como em Minas Gerais. Recebemos algumas isenções fiscais para os primeiros anos e também  apoio no que diz respeito à construção da estrada de acesso à fábrica", afirmou.

 

Polo do chocolate mineiro

 

A vinda de mais uma gigante chocolateira alimenta ainda mais os sonhos do prefeito da mineira Extrema, Luiz Carlos Bergamin (PSDB). "Pretendemos nos tornar o polo do chocolate em Minas Gerais."

 

Ainda de acordo com Bergamin, a localização privilegiada e o clima ameno do município são atrativos que conquistam a simpatia dos investidores. "Estamos próximos de grandes centros empresariais, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Oferecemos ainda condições climáticas fundamentais para a produção alimentícia."

 

A primeira a chegar foi a Bauducco, que inaugurou a maior fábrica de biscoitos em Extrema em 2000. Oito anos depois, em 2008, dobrou o espaço construído. No ano seguinte, colocou em funcionamento uma nova linha de panetones no município. Atualmente, emprega cerca de 900 funcionários. Durante a temporada de panetones, no entanto, esse número chega a 1,2 mil.

 

Recentemente, a Kopenhagen transferiu toda a produção, que antes ficava em Barueri (SP), para Extrema. A mudança já estava no cronograma de expansão da empresa desde 2007.

 

Segundo informações da prefeitura, a companhia ganhou o terreno no qual foi instalada a fábrica e recebeu benefícios como isenção de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e de Imposto sobre Serviços (ISS) durante um período de cinco anos.
 

 

Veículo: Diário do Comércio - SP


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