A velocidade do aumento das importações de produtos têxteis já preocupa a indústria brasileira.
No acumulado deste ano até junho, o volume importado de itens têxteis e confeccionados cresceu 60%, de acordo com a Abit (associação da indústria têxtil).
O deficit da balança comercial do setor deve fechar o ano em US$ 3,5 bilhões, segundo a associação.
"O consumo e a produção estão crescendo. Porém, o preocupante é que a expansão está em um ritmo menor que o das importações", diz Fernando Pimentel, diretor-superintendente da Abit.
Neste ano, até maio, a produção física do setor têxtil aumentou 12%.
Os investimentos e a criação de postos de trabalho no setor estão maiores. A previsão é fechar o ano com investimento de US$ 1,5 bilhão, ante os US$ 900 milhões de 2009. O setor gerou até maio 45 mil novas vagas, ante 12 mil no ano passado.
Apesar dos bons números para este ano, a indústria nacional está preocupada com a competitividade em 2011.
"O câmbio dos concorrentes, principalmente o da China, está depreciado e os juros brasileiros estão em nível absurdo. Além disso, a taxa de câmbio do Brasil explicita o custo tributário, a burocracia e a deficiência de infraestrutura", afirma Pimentel.
Veículo: Folha de S. Paulo