Produto que chega ao varejo a partir de agosto deve oferecer o dobro da rentabilidade à associação
Ainda neste semestre, os habitantes da Região Metropolitana de Curitiba encontrarão o leite integral da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) nos refrigeradores dos supermercados. O produto, batizado com a marca Qualivit, será comercializado em saquinho plástico de um litro e tem preço previsto entre R$ 1,30 e R$ 1,40. O alimento será produzido pela Fazenda Experimental Gralha Azul, da universidade, que fica no município de Fazenda Rio Grande, na região de Curitiba, e tem 132 animais das raças pardo suíço e holandês.
A produção diária é de 3mil litros de leite. A entrada no mercado varejista está diretamente ligada a um investimento de R$ 500 mil que a fazenda realizou, há cerca de um ano e meio, em uma usina de leite. Há desde ordenha mecanizada até pasteurizador e laboratório de análise. Desdeentão, porvolta de 25% do leite produzido diariamente pela fazenda é pasteurizado e revendido, a um preço 40% inferior ao praticado no mercado aos hospitais da Aliança Saúde e aos refeitórios de funcionários da Associação Paranaense de Cultura (APC), mantenedora da universidade. Para estas entidades, o leite é comercializado a R$ 1 o litro. “Ao mesmo tempo em que a venda neste valor traz vantagens financeiras aos hospitais e refeitórios da associação, o valor cobrado é suficiente para bancar nossos custos de produção”, diz Marco Antonio Barbosa Cândido, superintendente da entidade .
A chegada da marca Qualivit no varejo prevê ainda o fim do fornecimento de leite à cooperativa da Batavo, da BRF Brasil Foods.Há cerca de uma década, a fazenda é fornecedora da marca. Hoje, 75% da produção diária do leite é comercializada, in natura, para a cooperativa da companhia, que paga R$ 0,65 o litro. Em suas instalações, a empresa pasteuriza o produto e o distribui sob amarca Batavo. O processo de fornecimento de leite à Batavo será reduzido de formagradual. Procurada, a BRF não se pronunciou. No momento a fazenda encontra-se em processo de negociação com os supermercados, informa Cândido. A expectativa é fechar um acordo com pelo menos três redes e começar a entregar o Qualivit a partir do próximo mês. “Vamos para o mercado comum produto de alta qualidade eumpreço, namédia, igual ao das outras marcas da prateleira. Não vamos jogar o preço para baixo”, avisa. A meta é chegar aos 50 mil saquinhos de leite por mês (50 mil litros).
Por considerar a escala pequena, o superintendente acredita que a estreia damarca Qualivit não deverá causar grandes movimentações no mercado regional de leite. No entanto, ao trocar a venda do leite in natura pela versão pasteurizada, a rentabilidade da fazenda deve dobrar. Filantropia Cândido diz que o objetivo da fazenda é dar subsídio a todos os cursos de graduação e pós-graduação da universidade, como os de agronomia. Criada há 16 anos, a fazenda oferece aulas práticas em campo. “Em vez de produzirmos leite em laboratório, o aluno tem visão de umnegócio comdimensão de gestão e marketing. Você proporciona um potencial de aprendizado que vai além da técnica do leite”, diz o superintendente. A ideia de produzir leite pasteurizado também teve por intuito atingir retorno financeiro. “Somos uma entidade filantrópica que reinveste todo superávit na nossa finalidade”, afirmou o superintendente.
Veículo: Brasil Econômico