O limão é o vilão do semestre. Mesmo com as altas de tomate, alface e feijão incomodando consumidores do Grande ABC, a fruta - que é ingrediente fundamental da famosa caipirinha - foi a que mais oscilou no preço nos primeiros seis meses de 2010. De acordo com estudo do Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) que compara os custos entre o primeiro e o quinto mês do ano, a variação chegou a 106%.
Apesar de o Grande ABC não possuir dados consolidados sobre os aumentos, o Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) estima que batata, laranja e banana completam a lista dos itens mais caros junto com mamão, uva, quiabo e mandioquinha, anunciados pelo Ceagesp.
Para o técnico agrícola e encarregado da formação de preço dos produtos de hortifruti da autarquia, Luiz Guimarães, as fortes chuvas que atormentaram o país no início de 2010 são as principais culpadas pelo acúmulo dos preços. "Os produtores têm de buscar em outras regiões os itens. Vão para São Paulo, Goiás e até Nordeste. Mas apesar da falta do produto, a procura não cai e isso chega ao consumidor em forma de preços mais altos."
O presidente da Associação dos Feirantes de Mauá, Carlos Tome, explica que apesar de o clima já ter melhorado, alguns artigos, como a banana, levam tempo para se recuperar e fazem com feirantes gastem mais no transporte e logística dos itens. "Com as chuvas de janeiro, perdemos 13 milhões de pés de banana, o que equivale a um terço da produção total. Precisamos de 18 meses para recuperar isso e, nesse meio tempo, temos de trazer o produto de Minas Gerais e Bahia, o que torna tudo mais caro", avalia.
Recuperação - Já para os consumidores que reclamaram dos altos preços do tomate e do alface nesse início de ano, a melhora do tempo demonstra recuperação dos setores. De acordo com o Ceagesp, o tomate teve recuo no custo de 74% frente ao cobrado em janeiro.
O feirante Dan Kuroki conta que o alface também teve variação semelhante, embora não computada pela companhia. "Despencou pela metade do preço. Agora, com o frio mais forte, o alface também tem saída menor, o que faz com tenhamos de rever custos", afirma.
O feijão que vinha em alta vertiginosa também começa a dar sinais de melhora com a chegada de nova safra. Depois de dobrar os preços no carrinho do mercado e mudar hábitos do consumidor, o grão que chegou a R$ 3,50, custa R$ 3,00 o quilo contra os R$ 2,04 do início do ano.
Veículo: Diário do Grande ABC