Vendas da Philips crescem 40% no Brasil

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Copa do Mundo estimulou setor de TV e fez desaparecer prejuízo do segundo trimestre de 2009

 

O impulso das vendas de TVs durante a Copa associado ao crescimento da área de iluminação estimularam os resultados da Philips do Brasil no segundo trimestre. A receita cresceu 40%, ante o mesmo período do ano passado, desconsiderando os efeitos cambiais. No mesmo período, a Philips global avançou 12%. "A Philips do Brasil é o motor de crescimento da Philips em termos globais", afirmou o presidente da Philips do Brasil, Marcos Bicudo, em entrevista ao Valor.

 

A Copa mais do que dobrou as vendas de televisores da marca no país entre abril e junho, o que fez com que o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (lajida) se recuperasse e marcasse alta de 19 pontos percentuais em relação ao prejuízo registrados no segundo trimestre do ano passado, quando o setor ainda sofria os efeitos da crise econômica mundial.

 

Além do segmento chamado pela empresa de "estilo de vida", onde estão incluídos os equipamentos eletrônicos, o ramo de iluminação também pesou positivamente nas vendas do país no período, principalmente com crescimento das vendas das lâmpadas de LED (sigla, em inglês, que significa diodo que emite luz). Os destaques de vendas no Brasil foram os mesmos das operações globais da empresa holandesa, que divulgou um lajida de € 527 milhões no segundo trimestre - acima dos € 118 milhões registrados no mesmo período do ano passado.

 

"Os emergentes são importantes para a companhia. Dentre os Brics, o Brasil é o mais representativo e tem sido prioridade estratégica para a Philips", disse o executivo. A taxa de crescimento da receita das subsidiárias dos países emergentes alcançou 29% no segundo trimestre e a participação dessa nações no faturamento total do grupo passou de 29% no ano passado, para 34%.

 

"A estratégia global é fazer com que os emergentes cheguem a representar 50% do faturamento da multinacional nos próximos anos e o Brasil tem colaborado para isso", diz Bicudo. A companhia não informa a fatia do Brasil no faturamento global da Philips.

 

Sem detalhar as vendas por segmento, Bicudo afirma que a área de "estilo de vida" é a mais representativa das operações brasileiras, com participação de 60% dos negócios da empresa no país. Os segmentos de iluminação e saúde, por sua vez, representam 15% e 25%, respectivamente. No mundo, o peso de cada um dos setores é semelhante, com cerca de um terço de representatividade nos negócios globais da multinacional holandesa.

 

O segmento que mais tem recebido aportes na Philips mundial é o de saúde, o que tem feito com que a empresa volte seu foco para as perspectivas da área nos países em desenvolvimento. Bicudo enfatiza as transformações do segmento, que tende para o "health home care", dos aparelhos para cuidados com a saúde em casa.

 

"Estamos trazendo esses produtos para o Brasil. Por aqui, as perspectivas para a área de saúde são grandes", disse o executivo. Nessa área, observa o presidente, a Philips do Brasil deve realizar aquisições ainda neste ano.

 

Para o segundo semestre, as projeções dos resultados da subsidiária brasileira também são positivas, ao contrário da matriz, que prevê desaceleração no mundo. O executivo afirma que, "se for isolado o crescimento pontual das vendas de TV na Copa", os negócios por aqui devem mostrar o mesmo padrão de crescimento até o fim do ano. Na primeira metade do ano, o faturamento da companhia no país apresentou alta de 69% ante os seis primeiros meses de 2009. "No transcorrer de 2010, devemos apresentar um crescimento de 15% a 20%", projetou.
 


Veículo: Valor Econômico

 


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