A retomada da demanda por algodão anima os produtores para a próxima safra, que pode atingir 1,4 milhão de toneladas. Se confirmado, o volume será 27% maior do que o produzido no ciclo 2009/10 -que deve ficar em 1,1 milhão de toneladas.
A estimativa é do presidente da Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão), Haroldo Cunha, e tem como base uma área plantada de 900 mil a 950 mil hectares na safra 2010/11.
Apesar do avanço -na safra 2009/10 o algodão foi cultivado em 846 mil hectares, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento)-, Cunha já esteve mais otimista.
"Cheguei a prever uma área de 1 milhão de hectares, mas a queda recente dos preços do algodão e a alta da soja podem fazer com que alguns produtores optem pelo grão", afirma Cunha.
Neste mês, o algodão tem queda de 3,7% em Nova York (contratos para o primeiro vencimento). A soja subiu mais de 7% em Chicago.
Ainda assim, as perspectivas são as melhores dos últimos dois anos, pelo menos.
A crise mundial reduziu a demanda pelo produto, devido à desaceleração da indústria têxtil. Em meados de 2009, teve início a recuperação da demanda por tecidos e, logo, pelo algodão.
"A indústria têxtil já retornou aos padrões pré-crise", diz Ivan Bezerra Filho, vice-presidente da Abit (associação da indústria têxtil).
A Abrapa estima que a indústria apresente uma demanda firme pelo algodão brasileiro de 950 mil toneladas neste ano.
Com a safra atual em 1,1 milhão de toneladas e 400 mil comprometidas com o mercado externo, a indústria já precisa importar algodão.
Veículo: Folha de S.Paulo