Alimentos: setor investe em máquinas

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Empresas que atuam no segmento de ferramentaria têm registrado expansão no volume de encomendas.

 

A recuperação da atividade econômica no país, que no ano passado sofreu com a crise internacional, aqueceu a demanda interna, o que tem sido positivo para o setor de alimentos, que também será beneficiado pelo aumento do consumo das famílias brasileiras, principalmente das classes C, D e E, uma resposta ao ganho do poder de compra devido à incorporação ao mercado de trabalho.

 

Para analistas de mercado, a crescente massificação do mercado interno para produtos industriais representará uma grande oportunidade para as empresas fabricantes de máquinas e equipamentos para o setor alimentício, um dos últimos a sofrer cortes no orçamento familiar.

 

A mineira Intrínseca Projetos Industriais Ltda, com unidade fabril no bairro Carlos Prates, na região Noroeste de Belo Horizonte, segue na esteira do mercado. A empresa, que produz máquinas e equipamentos sob demanda para a indústria alimentícia, mecânica e moveleira, encerrou o primeiro semestre com uma alta de 15% no volume de encomendas em relação a igual período de 2009.

 

Na opinião do proprietário da Intrínseca Projetos, José Vitor da Silva, em função do reaquecimento da economia brasileira, que se deu a partir da segundo semestre do exercício passado, a demanda da empresa não para de crescer e, no momento, a indústria opera 80% da capacidade instalada, com perspectiva de esgotá-la até dezembro.

 

Além disso, acrescentou, o aumento da participação das classes C, D e E - com rendimento familiar inferior a R$ 2,040 mil (quatro salários mínimos) - no mercado consumidor, que respondem por 65% dos lares brasileiros e movimentam R$ 512 bilhões por ano, também tem repercutido de forma positiva sobre os negócios da Intrínseca.

 

Para 2010, a empresa prevê uma expansão de, pelo menos, 20% no faturamento na comparação com 2009. "Nos próximos meses, vamos realizar investimentos - sem revelar valores - na reestruturação de alguns processos industriais. Além disso, o quadro de funcionários, hoje com 60 colaboradores, também será ampliado", revelou.

 

Otimismo - A Mário Gianturco Indústrias Mecânicas Ltda (Gianturco Tampos Industriais), controlada pela holding paulista Eica Equipamentos Industriais Ltda, instalada no bairro Jardim Montanhês, na região Noroeste da Capital, também segue otimista em relação ao mercado. Após amargar uma queda de 50% no faturamento em 2009 ante 2008, a empresa estima um incremento na receita de, no mínimo, 15% na comparação com o ano passado.

 

Entre as apostas da Gianturco, fabricante de tampos industriais sem furo central, está a manutenção do crescimento dos principais setores atendidos, como o alimentício e petroquímico. Certo do aumento da demanda neste e nos próximos anos, a empresa planeja investir quase R$ 10 milhões na transferência da planta até 2013. Ainda não foi definida a origem do recurso.

 

A planta instalada no bairro Jardim Montanhês possui 3,5 mil metros quadrados. A nova unidade, adiantou o diretor-presidente da Mário Gianturco, Getúlio Pagnan Filho, terá 15 mil metros quadrados de área construída e, tudo indica, que deverá ser mantida na Capital ou transferida para a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). As futuras instalações terão capacidade instalada para produzir 250 toneladas/mês ou mil peças/mês. Hoje, são 70 toneladas/mês ou 600 peças/mês.

 

" preciso permanecer nas proximidades de Belo Horizonte, já que é da região, em sua maioria de Contagem, que compramos o aço carbono ou inoxidável utilizado na linha de produção. O restante vem de São Paulo. Além disso, por estarmos na Capital, atendemos à demanda do mercado siderúrgico, uma das apostas para os próximos meses. Também está prevista a ampliação da equipe, hoje com 50 funcionários", explicou.

 

A Helimec Ltda, que atua nos segmentos alimentício, panificação e supermercado, instalada no bairro Jardim Montanhês, estima para 2010 um crescimento de, pelo menos, 30% na receita em relação a 2009. Segundo a gerente comercial da empresa, Patrícia Camargo, o bom desempenho da indústria mineira se deve ao crescimento exponencial do consumo das famílias nos últimos meses.

 

"Uma conjunção de fatores explica o ótimo momento pelo qual passa a indústria alimentícia no país. Ascensão das camadas sociais emergentes, aliado ao aumento do emprego e renda da população, são peças-chave para aquecer o setor e, por conseqüência, os negócios das empresas fabricantes de máquinas e equipamentos. Além disso, essa trajetória de alta deverá continuar nos próximos cinco anos", previu a gerente.

 


Veículo: Diário do Comércio - MG


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