O parecer da Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae) sobre a compra do Ponto Frio pelo Pão de Açúcar deverá sair até o final de setembro ou início de outubro, disse ontem o secretário da Seae, Antonio Henrique Silveira. Segundo ele, a análise desta operação servirá de "balizador" para as próximas fusões do setor de varejo. "Certamente antes do final de 2010 este parecer já terá sido enviado ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica)", afirmou.
Silveira disse que, "eventualmente", o parecer sobre a operação do Pão de Açúcar com Ponto Frio pode ser divulgado de forma conjunta à associação com a Casas Bahia. "Eventualmente, os dois pareceres podem ser combinados, mas não está definido", disse.
Antes do parecer seguir para o Cade, o processo irá para a Secretaria de Direito Econômico (SDE). Sobre a avaliação dos processos, ele evitou fazer comentários, assim como se a renegociação dos termos do acordo de associação entre a Casas Bahia e Pão de Açúcar teria causado atrasos na análise.
Segundo o secretário da Seae, a análise da compra do Ponto Frio está sendo realizada em conjunto com a associação da Casas Bahia com o Pão de Açúcar. "Estamos analisando o conjunto das operações que vem redesenhando o setor varejista. Uma vez que for formado o entendimento do setor, a instrução fica bem mais acelerada", afirmou.
Ele acrescentou, ainda, que os fornecedores e as empresas do setor varejista já foram consultados. Para Silveira, após a análise da primeira operação, envolvendo o Pão de Açúcar e o Ponto Frio, as restantes serão mais rápidas. O movimento de consolidação do setor varejista vem sendo alvo de preocupação por parte do governo, que teme o surgimento de monopólios regionais, prejudicando a concorrência em alguns mercados locais.
De um ano para cá, o setor de varejo viveu uma onda de anúncios de fusões e aquisições, com as operações do Ponto Frio e Pão de Açúcar, Casas Bahia e Pão de Açúcar, Ricardo Eletro e Insinuante e Magazine Luiza e Lojas Maia.
BRF-Brasil
A decisão sobre o julgamento da fusão entre a Sadia e a Perdigão, que resultou na criação da BRF-Brasil Foods, "provavelmente" deverá sair em 2011, segundo o presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Arthur Badin. "Em uma estimativa de tramitação média, vamos passar 2010, provavelmente, sem uma decisão", afirmou ele.
Veículo: DCI