Discrição não era uma característica das cozinhas das casas brasileiras da década de 70. O comum era se ver refrigeradores e fogões azuis, vermelhos e amarelos - e não necessariamente se comprava todos da mesma cor. Nos anos 80, a cor predominante foi o bege; só na década seguinte a linha passou a fazer jus ao nome e as cozinhas foram tomadas por equipamentos brancos. No começo dos anos 2000, toda dona de casa tinha um sonho: trocar tudo pelos modelos modernos em inox. Qual será a cara da linha branca nos próximos anos? Essa é a pergunta que a indústria se faz nesse momento.
Para a Brastemp, o futuro passa pela adoção de linhas arredondadas, pela interatividade e pelo "fim da ditadura das cores". A empresa lançou uma linha-conceito cinza-grafite cuja principal característica é a tecnologia de ponta. "A linha tem uma nova interface gráfica, visual e auditiva, que permite que até usuários portadores de deficiência usem o produto com segurança", explica Mário Fioretti, gerente-geral de Design e Inovação da Whirlpool, detentora da marca.
Refrigerador, fogão e máquina de lavar roupas têm embutidos mini-computadores que, além de permitirem a programação das atividades, avisam quando a comida ficou pronta ou a roupa já foi lavada. A geladeira também segue o conceito "inverse", em que o freezer é posicionado na parte inferior - mecanismo que a Whirlpool já usa em produtos e que é outra aposta da empresa.
Se a Brastemp investe no futurismo e na neutralidade, a americana Big Chill parece querer resgatar justamente aquelas cores tão comuns no passado. A marca aposta no saudosismo e fabrica refrigeradores e fogões com design retrô - os refrigeradores têm duas portas e os fogões têm puxadores que parecem ter chegado diretamente dos anos 50. Os produtos são vendidos em cores como vermelho, rosa e verde. E, como nem os saudosistas abrem mão da praticidade, contam com dispositivos modernos, como o sistema frost-free.
Veículo: O Estado de S.Paulo