Safra de mandioca deve ter queda de 5% em MG

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A produção de mandioca em Minas Gerais deverá ser menor na safra 2009/2010. A queda tende a ficar próxima a 5%, se comprada com a safra 2008/2009. O recuo se deve à falta de investimentos e de aplicação de tratos culturais adequados à cultura. O cultivo no Estado é destinado ao consumo in natura e à produção de farinha.

 

As farinheiras do Estado são informais e de pequeno porte, porém possuem grande representatividade para as populações de regiões carentes, como os vales do Rio Doce e Jequitinhonha e o Norte de Minas.

 

De acordo com coordenador técnico regional da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), Waldyr Pascoal Filho, a produção de mandioca em Minas não é vista como primeira opção para geração de renda, o que limita os investimentos na ampliação da produção.

 

Segundo plano - "O produtor mineiro coloca a mandioca em segundo plano. Os investimentos em tratos culturais e aplicação de tecnologia são direcionados para outras culturas, como café, feijão, milho e a pecuária de leite. Essa ideia de um produto que complementa a renda prejudica a expansão da atividade e estruturação de uma cadeia produtiva em Minas", explicou.

 

Na safra 2009/2010 devem ser colhidas, no Estado, cerca de 835,5 mil toneladas do produto. O volume está 5% menor que o obtido no ano-safra anterior. A queda da produção acompanhou a redução da área plantada, que também ficou cerca de 5% menor que a utilizada anteriormente. O espaço destinado ao desenvolvimento do tubérculo é de 55,103 mil hectares.

 

O Norte de Minas responde pelo maior volume da produção estadual, com 246,4 mil toneladas por ano. Em segundo lugar estão os cultivos do Jequitinhonha e Mucuri, com 163,2 mil toneladas, vindo em seguida o Sul de Minas, com 115,2 mil toneladas, e depois o Noroeste, com 83,8 mil toneladas.

 

Januária, município da região Norte, lidera a produção com a colheita de 50 mil toneladas e rendimento médio de 20 toneladas por hectare. João Pinheiro, no Noroeste do Estado, teve safra de 43,2 mil toneladas. Rio Pardo de Minas, no Norte, Turvolândia, no Sul, e Patos de Minas, no Alto Paranaíba, completam o grupo dos maiores produtores de mandioca do Estado. Na safra de 2010 esses municípios, juntos, colocaram no mercado 156 mil toneladas.

 

Mesmo com a redução na oferta, os preços da mandioca no entreposto de Contagem da Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasa Minas), na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), estão inferiores aos registrados em 2009.

 

Em julho, o quilo do produto foi comercializado a R$ 0,40, sendo que em igual período do ano passado o valor era de R$ 0,48, redução de 16,6%. A maior queda registrada nos preços foi em janeiro - no ano passado o quilo custava em média a R$ 0,77, passando para R$ 0,33 em igual mês de 2010, queda de 57%. Mesmo com a redução na cotação, o valor ainda é suficiente para cobrir os custos de produção.

 

Ciclos - A atividade possui ciclos de produção variados, com prazos de produção que podem variar entre oito e 18 meses. O longo período de produção da mandioca também contribui para desestimular os produtores.

 

Para Pascoal Filho, o principal empecilho para a expansão da atividade no Estado é a ampliação da atuação no mercado e a agregação de valor aos produtos derivados da mandioca. A mandioca mineira, in natura, é vendida próxima às regiões produtoras, assim como a farinha, que também não possui escala industrial para atender a mercados mais amplos. O produto mais nobre da mandioca, a fécula (polvilho), não é produzida em Minas.

 

"A concorrência com a fécula e a farinha fabricados em São Paulo e na região Sul do país também contribui para que a produção mineira continue estagnada e com tendência de novas reduções", disse Pascoal Filho.

 


Veículo: Diário do Comércio - MG


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