Cenoura tem redução de perda

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Maior produtividade da cultura em Minas deverá diminuir o intervalo entre as safras.

 

Produtores mineiros do Triângulo e Alto Paranaíba já iniciaram a colheita de cenoura da safra de inverno. A expectativa é que a produção total, em 2010, alcance cerca de 230 mil toneladas do produto. O clima favorável e a maior utilização de cenouras híbridas e de alta tecnologia fazem com que a produção do Estado possua alta qualidade e menor índice de perdas.

 

A produção mineira de cenoura deverá manter os mesmos resultados obtidos na safra anterior. A estagnação é atribuída à estabilidade de consumo. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), as tendências de preços para a cenoura são de recuo ao longo do segundo semestre, devido à maior oferta, o que leva os produtores a não aumentaram a área cultivada para garantir a rentabilidade com a cultura.

 

As cotações do produto também devem seguir os mesmos patamares verificados na temporada de inverno de 2009, quando a raiz teve média de R$ 11,60 por caixa de 29 quilos. Segundo a avaliação do Cepea, neste ano a produtividade da cenoura na safra de verão foi elevada nas praças mineiras. A maior produtividade deve diminuir o intervalo entre as safras, o que poderá limitar o aumento nos preços.

 

A safra de verão, que teve início em dezembro 2009, foi encerrada em julho. A produtividade das lavouras começou a aumentar em maio devido às condições climáticas favoráveis com temperaturas amenas e clima seco.

 

No início da safra de verão, os preços estavam elevados, com média de R$ 21,00 por caixa de 29 quilos. Já em junho, o clima mais frio aumentou a produtividade, o que aumentou a oferta e pressionou as cotações para baixo. Assim, o valor médio da caixa de 29 quilos teve queda de 35% de maio para junho, passando para R$ 7,37.

 

Minas Gerais é o segundo maior produtor de cenoura do país, perdendo apenas para São Paulo. Segundo o coordenador técnico estadual de olericultura da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), Georgeton Silveira, o segmento vem mantendo a média de produção há dez anos. A área plantada chega a 6 mil hectares, sendo a produtividade média de 37 toneladas por hectare.

 

"O índice de produtividade da cenoura cultivada em Minas Gerais, devido à qualidade das sementes, é um dos maiores do país. Mesmo exigindo maior investimento na compra das mudas híbridas, o retorno é praticamente garantido, já que o sabor e a qualidade são superiores às sementes comuns. O aumento da qualidade também promove os preços de comercialização", disse Silveira.

 

Segundo o coordenador da Emater-MG, o produto mineiro é destinado aos mercados locais, do Rio de Janeiro, Espírito Santo, região Norte e Nordeste do país. Mesmo sendo o segundo maior produtor nacional, parte da cenoura comercializada em Minas é proveniente do Espírito Santo. A cenoura do Estado vizinho possui menor valor de venda, porém a qualidade é inferior ao produto mineiro.

 

O cultivo da cenoura em Minas Gerais é favorecido por diversos fatores, como as condições climáticas, o solo favorável, recursos hídricos e criação de novas variedades apropriadas para o verão. A adaptação das mudas foi essencial para que a cenoura pudesse ser cultivada ao longo de todo o ano.

 


Tecnologia - Além disso, os produtores de grande porte estão investindo mais em tecnologia. Um dos principais avanços é a utilização de máquinas de alta precisão para semear as cenouras. De acordo com a Emater-MG, o plantio é econômico, com baixo índice de perdas de sementes. No processo atual são gastos 1,5 quilo de sementes para o plantio de um hectare, sendo que, de forma manual ou com a utilização de máquinas com menos tecnologia, o gasto varia entre 5 quilos e 6 quilos por hectare.

 

De acordo com a Emater-MG, a produtividade durante o verão é de 1,5 mil caixas por hectare, o que representa 33 mil quilos por hectare, e durante o inverno a produção gira em torno de 2 mil caixas, representando 44 mil quilos por hectare. Os principais custos da cultura são com o frete, caixas e descarga, que representam cerca de 37% do custo total do produtor, seguido pela mão de obra e serviços com tratores, 32,72%.

 

Veículo: Diário do Comércio - MG


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