Após comprar Lojas Maia, rede foca ampliação no Nordeste, mas não descarta negócio com Máquina de Vendas
Presidente da empresa, Luiza Trajano diz que próximos alvos serão Rio, Espírito Santo e Centro-Oeste do país
Com lojas em 16 Estados, a rede varejista Magazine Luiza planeja estar presente em todo o país -e quase triplicar seu faturamento- até 2015.
"Teremos presença nacional, é o nosso desafio", disse a presidente do Magazine Luiza, Luiza Helena Trajano, em entrevista à Folha.
A empresária, que prevê fechar o ano com faturamento de até R$ 5,8 bilhões, diz não se intimidar com as movimentações no setor -como a união entre Ricardo Eletro e Insinuante, que criou a Máquina de Vendas em março.
"Ser primeiro, segundo ou terceiro lugar é consequência, nunca foi fim para nós."
Após ter anunciado, no mês passado, a compra da rede nordestina Lojas Maia, a executiva afirma não estar negociando novas aquisições, e sim focando a consolidação no Nordeste.
Trajano diz não pensar em uma união com a Máquina de Vendas, como foi cogitado pelo mercado, mas diz nunca descartar um negócio. Leia trechos da entrevista.
AQUISIÇÕES
Não temos novos negócios em mãos porque estamos focados em consolidar a posição no Nordeste. Atualmente todos os nossos esforços estão voltados para a aquisição [da rede Lojas Maia].
Acabamos de assumir 141 lojas, dois centros de distribuição em uma região longe da gente [a sede da empresa fica no Estado de São Paulo].
Mas negócio se faz quando aparece, é oportunidade.
SEGUNDO LUGAR
Não é o meu objetivo [discutir a 2ª posição], senão a gente entra nessa guerra. Queremos continuar trabalhando sem perder o nosso DNA. Do contrário, fica um joguinho de passei e não passei.
REGIÕES
Como diz o Marcelo [Silva], nosso superintendente, para passarmos o Tratado de Tordesilhas [em alusão à linha imaginária que separava as áreas pertencentes a Portugal e Espanha nos tempos do Brasil colônia], faltam Rio, Espírito Santo e melhor presença no Centro-Oeste. Serão o nosso próximo foco.
NACIONAL
Até 2015 teremos presença nacional, é o nosso desafio. Vamos crescer por meio de aquisições, no momento certo, e organicamente.
MÁQUINA DE VENDAS
A gente conversa, mas não teve negociação. É muita especulação. O foco do Magazine sempre foi aquisição, não fusão. Não é nosso histórico [esse tipo de negócio], mas não se deve dizer "nunca".
ABERTURA DE CAPITAL
Pode ser em 2011 ou 2012, a data não está definida, mas o Magazine está cada vez mais pronto. Temos o balanço auditado há dez anos. Agora depende do mercado e dos resultados. E toda essa entrada de capital vai ser para expansão da companhia.
PONTO FRIO
O Ponto Frio tinha muito a ver conosco. Estavam na maioria dos Estados em que não estávamos e dobraríamos de faturamento com a compra. A gente tinha tudo para comprar, estávamos com dinheiro, com os investidores, mas foi uma questão de "timing" mesmo. Em todo processo que você quer muito e não consegue, você amadurece. Eu tive um processo de amadurecimento.
Veículo: Folha de S.Paulo