Racco Cosméticos completa 23 anos

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Criada por Luiz Felipe Rauen e sua mulher Gisela, a curitibana Racco Cosméticos completa 23 anos. A fórmula de sucesso combina ingredientes já conhecidos: venda porta a porta e "família" de consultoras. 

 

Às vezes, o atual empresário Luiz Felipe Rauen se pergunta: "onde foi que esse menino vendedor de bananas foi parar?",  ao contemplar o mapa-múndi que decora o piso da recepção do centro administrativo da Racco Cosméticos em Curitiba (PR). Os pontinhos ali desenhados indicam que o sucesso do negócio criado por ele já ultrapassou as fronteiras do País. "Agora o menino Felipe já tem a sua tão sonhada fábrica, sabe o que produz e onde quer chegar", escreve o fundador Rauen no livro autobiográfico "Vida À Vida", lançado durante a convenção anual da empresa no ano passado.

 

Hoje, 17 de agosto, a multinacional Racco, um empreendimento 100% brasileiro, completa 23 anos. Rauen, aos 58, presidente da empresa e responsável pelas definições estratégicas do negócio, planeja comemorar a data em um jantar com os diretores regionais. Mas ele estima que o momento será lembrado em todo o Brasil em cerca de 200 festas, embaladas pela animação das equipes que, por meio do sistema de venda direta, fazem com que o empreendimento dobre de tamanho pelo menos a cada dois anos.

 

O ritmo de crescimento festejado pelo empresário deverá ganhar novos impulsos e poderá ampliar o quadro de colaboradores da "família Racco", que atualmente é composto por 400 mil consultoras no Brasil e outras 20 mil nos Estados Unidos, Paraguai, Bolívia, Angola e Portugal. Além disso, a empresa analisa interessados em outros 15 mercados.

 

Nos últimos três anos, foram investidos cerca de R$ 150 milhões para ampliar as instalações de Curitiba. "Compramos (em 2006) mais 100 mil metros quadrados, a dois quilômetros da nossa sede."

 

Ali, em 11,5 mil metros quadrados, foi construída uma nova área de logística. Até 2016 estará erguida a segunda fábrica própria, com 64 mil metros quadrados. Os investimentos constituem passo para uma nova fase de crescimento, explica o ex-vendedor de bananas, que ainda criança descobriu essa veia comercial como  sua "verdadeira e feliz vocação", conforme relata no livro autobiográfico (veja abaixo).

 

Altos e baixos – O momento da saída dos sócios responsáveis pelas áreas administrativa e financeira da empresa  é apontado como o mais difícil da história do empreendimento. Além da função estratégica que  ocupavam na sociedade – liberando Rauen e sua mulher Gisela – para abrir novos mercados, havia a questão econômica. "Na época, apostamos tudo o que tínhamos para bancar a compra da parte deles. Teríamos três anos para repor, mas em nove meses já tínhamos o dinheiro", afirma o executivo.

 

O diferencial para o sucesso, segundo o idealizador da Racco, foi adotar o sistema multinível (aplicado na remuneração das consultoras). "Ele gera possibilidade de crescimento real muito grande para todos. Quando um amigo convida você para entrar, ele ganha 10% sobre tudo o que você comprar da Racco. E 4% sobre as compras de todas as pessoas que você convidar."

 

Rauen também atribui os bons resultados à "qualidade excepcional" dos produtos e à forma da empresa se relacionar, internamente e com os colaboradores. "É um negócio para a família. Hoje, já existe uma segunda geração (filhos das consultoras) trabalhando na Racco."

 

Horizontes – Em outubro, quando o executivo se reunir com a "família Racco", em mais uma convenção anual, todos conhecerão um novo braço de negócio da empresa, que por enquanto é mantido em segredo. Atualmente, além da linha de cosméticos, com cerca de 400 produtos, a empresa curitibana comercializa alimentos com apelo saudável (como sopas, chás e sucos) pelo sistema porta a porta.

 

A nova fase, nas palavras de Rauen, representa uma alavancagem nos negócios. Para isso era preciso criar uma estrutura, explica, referindo-se à estabilização do negócio nos últimos dois anos, para que fosse colocada em prática uma grande mudança nos sistemas internos de controle do negócio. "Nesse período, até saímos da mídia. Mas agora estamos prontos para voltar."

 

Veículo: Diário do Comércio - SP


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