Starbucks assume 100% da operação no Brasil

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Os copos de papelão de 350 mililitros de café, cobertos por uma tampa de plástico em que se destaca um pedacinho, no limite para acomodar a boca, estão muito longe de ser uma febre no Brasil como são nos Estados Unidos. Com 23 cafeterias em apenas três cidades do país (Rio, São Paulo e Campinas), a Starbucks local não conseguiu popularizar a sua mais tradicional versão da bebida, mas está disposta a mudar essa realidade. A Starbucks Corporation, com sede em Seattle, anunciou ontem que comprou a totalidade do controle da Starbucks Brasil.

 

A americana era sócia da Cafés Sereia do Brasil, uma associação entre a mexicana Alsea (49%) e o empresário Peter Rodenbeck (51%). "A Starbucks no Brasil entra em uma nova fase, de crescimento, que exige muito mais investimentos", afirmou Rodenbeck ao Valor. Já a Alsea informou que no futuro quer se dedicar apenas a negócios onde seja majoritária e que pode voltar ao Brasil em 2011.

 

Foi a mulher de Rodenbeck, Maria Luisa, morta em 2007, quem trouxe a Starbucks para o país um ano antes, e era uma entusiasta da marca. "As primeiras lojas já fizeram sucesso e agora vou me dedicar à Outback", diz o empresário, referindo-se à rede australiana de restaurantes, especializada em carnes, da qual é master franqueado no Brasil.

 

"A iniciativa é uma clara mostra de que a Starbucks está disposta a investir no Brasil", diz o consultor Eugênio Foganholo.

 

Na divulgação dos resultados de 2009, a rede informou que a empresa vem investindo em mercados emergentes, como "China, Brasil e Rússia" e que os novos mercados requerem um suporte maior da companhia, tendo em vista os atuais níveis de receita.

 

O negócio de cafeterias no país está em ascensão, assim como todo o mercado de alimentação fora do lar (food service). Embora a representatividade ainda seja pequena dentro do mercado de food service - faturamento anual de R$ 240 milhões, cerca de 2% do total, segundo levantamento da consultoria ECD -, o segmento promete crescer 11% este ano.

 

"Embora o paladar americano seja diferente do brasileiro em relação ao principal produto, a Starbucks vende o conceito de espaço sofisticado para o consumo do café, e diversificou o cardápio com drinques e sabores diferenciados da bebida", diz Foganholo. "Há espaço para que eles se tornem uma rede nacional de cafeterias".

 

Para Enzo Donna, da ECD, essa sofisticação pode ser um empecilho. "A rede tem um posicionamento muito elitizado aqui, diferente do que é nos Estados Unidos.".A maioria das lojas está em shopping, o que eleva os custos. Para que a operação cresça, é preciso oferecer mais lanches e refeições leves, elevando o tíquete médio, diz Donna. "Caso contrário, a conta não fecha".
 

 

Veículo: Valor Econômico


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