Bimbo acelera produção no Brasil

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Grupo mexicano, que cresceu com aquisições, planeja abrir uma fábrica por ano

 

A estratégia da mexicana Bimbo, uma das maiores fabricantes de pães e bolos do mundo e dona das marcas Pullman, Nutrella e Ana Maria no Brasil, planeja inaugurar uma fábrica por ano, em um horizonte não revelado de tempo, segundo afirmou ontem o CEO mundial da empresa e integrante do bloco de controle, Daniel Servitje.

 

O empresário participou da solenidade de inauguração da sétima fábrica da Bimbo no país, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. No próximo ano, a Bimbo põe para funcionar uma fábrica no Distrito Federal. No ano passado, foi inaugurada uma unidade em Salvador, na Bahia.

 

"Sempre estaremos atentos às oportunidades de aquisição, mas nosso objetivo agora é o crescimento orgânico, com a operação de fábricas regionais. Já temos portfólio e escala para isso", disse Servitje. O executivo afirmou que o investimento na fábrica de Contagem foi relativamente modesto, de US$ 12 milhões. A unidade conta com 150 empregados.

 

Servitje calculou em um terço a fatia da Bimbo no mercado brasileiro e afirmou que este percentual tem se mantido estável nos últimos anos. Um dos principais concorrentes, a Seven Boys, de capital nacional, está instalada em Belo Horizonte e é a maior marca de pães e bolos no mercado mineiro. A Bimbo, por sua vez, predomina no Triângulo Mineiro, Sul de Minas e Zona da Mata, áreas contíguas a São Paulo e Rio de Janeiro, Estados onde já mantém fábricas.

 

Sem unidade fabril em Minas Gerais, a Bimbo levava desvantagem em relação à Seven Boys nos custos de logística. Além de Belo Horizonte, Salvador, São Paulo e Rio, a Bimbo também conta com fábricas em Jaboatão (PE), Gravataí (RS) e Mogi das Cruzes (SP).

 

Em 2009, a empresa teve vendas líquidas de 116,353 bilhões de pesos (ou US$ 8,9 bilhões), com aumento de 41,3% em relação a 2008. O México representa 45% das vendas, os Estados Unidos, 43% e o restante da América Latina, 12%. O lucro líquido cresceu quase 37%, para 6 bilhões de pesos (US$ 456 milhões) no mesmo período.

 

Servitje não revela qual o faturamento da operação brasileira, mas o balanço divulgado no México mostra que os países da América Latina, com exceção do México, fizeram 11,3% das vendas no primeiro semestre deste ano. No primeiro semestre de 2009, essa fatia foi de 11,7% do total. A pequena redução - de 11,7% para 11,3% - ocorreu, segundo o relatório da empresa, em razão da recuperação do mercado mexicano, cujas vendas cresceram 4% neste semestre em relação ao do ano passado.

 

Mas o peso relativo das operações nos demais países latino-americanas vem subindo. Em 2005, representavam 7% do total.

 

"O Brasil é o nosso terceiro mercado, depois de México e Estados Unidos. Muito atrás estão Colômbia e Venezuela", disse o empresário. A Bimbo tem 99 fábricas em 17 países. "Os mercados do México e dos Estados Unidos são absolutamente consolidados e o espaço para expansão é maior no Brasil e na China", disse Servitje.

 

Na China, a Bimbo produz pão de trigo na região de Pequim e tenta concorrer com o tradicional "mantou", um pão cozido no vapor. A empresa não revela seus resultados no país. O executivo afirmou que pretende acelerar o intercâmbio entre suas linhas de produtos. "Estamos vendendo a massa parecida com a de 'tortilla' no Brasil e estudamos levar para o México sabores brasileiros [como o de maracujá] de bolos e panetones", diz.

 

A Bimbo instalou-se no Brasil em 2001, ao comprar a Pullman e a Plus Vita do grupo Bunge, por R$ 132 milhões, em valores da época. Adquiriu há dois anos a gaúcha Nutrella, líder na área de minibolos, por um valor não revelado. Concorre diretamente no Brasil com a Panco e a Seven Boys, que pertencem a ramos diferentes de uma mesma família, e a Wickbold, de São Paulo.
 


Veículo: Valor Econômico


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