Camil e Brasfrigo desfazem acordo

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O acordo entre a Camil Alimentos, maior processadora de arroz e feijão da América Latina, e a Brasfrigo Alimentos, fabricante de atomatados e vegetais em conserva, foi desfeito. A Camil, segundo fontes do setor, teria aceito pagar R$ 100 milhões pela dona das marcas Jurema, Tomatino e Jussara. A operação havia sido fechada em junho e confirmada ao Valor por executivos das duas empresas e pessoas ligadas ao mercado de atomatados.

 

Depois de já fechado o acordo, Flávio Pentagna Guimarães, controlador do Grupo BMG, detentor da Brasfrigo e do Banco BMG, teria desistido da operação e pago uma multa calculada em R$ 10 milhões.

 

Em nota ao Valor, Jacques Quartiero, diretor da Camil, negou ter havido interesse na Brasfrigo e que, consequentemente, nenhum negócio teria sido desmanchado. "A Camil declara que em momento algum houve a conclusão de qualquer negócio com a Brasfrigo", disse ele na nota.

 

O fim do acordo surpreendeu executivos do mercado. "A Camil já estava estudando novas embalagens para os produtos, unindo a marca da empresa com a Jurema", afirmou um empresário do varejo.

 

O Valor apurou que as dívidas da Brasfrigo pode ter contribuído para o rompimento do acordo. Conforme o balanço publicado em 26 de junho, relativo ao ano passado, a fabricante de conservas e molhos acumulou prejuízo de R$ 299,8 milhões. Há também uma dívida de R$ 215,6 milhões para companhias coligadas ao Grupo BMG. De acordo com empresários do setor, a Camil não quis levar consigo essas dívidas.

 

Mesmo assim, a fabricante da ervilha Jurema tem atrativos que teriam chamado a atenção da Camil. Conforme o balanço, no ano passado as vendas da Brasfrigo movimentaram R$ 247 milhões. O passivo operacional, de R$ 7,04 milhões é considerado baixo para uma companhia com esse total de vendas.

 

A Camil, que faturou no ano passado R$ 1,4 bilhão, ainda estaria buscando outra companhia nesse setor para aquisição.

 

A estratégia da Camil é diversificar seu leque de produtos, hoje concentrado em arroz, feijão, alguns grãos e óleo de girassol.

 

Flávio Pentagna Guimarães, o controlador da Brasfrigo, não atendeu ao pedido de entrevista da reportagem. E Raul Gama Boaventura, da diretoria executiva da empresa preferiu não comentar o assunto.

 

A Brasfrigo tem sede administrativa em São Paulo e a fábrica em Luziânia, interior de Goiás. É a maior processadora nacional de milho para conserva, com 150 mil toneladas por ano.

 


Veículo: Valor Econômico


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