Padaria vira investimento em São Paulo

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Com áreas financeira e de marketing e conselho de administração, redes atraem até fundos de investidores

 

Profissionalização do setor se intensificou com o crescimento das superpadarias, no início da década, em São Paulo

 

O empresário Fernando Cunha lembra da atuação no mercado financeiro ao falar em conselho de administração, departamento de marketing e de tecnologia da informação. Hoje, ele usa esses nomes para descrever o organograma do seu negócio, de padarias.
"Já recebemos propostas de quatro fundos de "private equity" [participação em empresas]", conta Cunha, sócio e presidente do conselho do grupo Dona Deôla. O executivo representa a transformação de redes de padarias em negócios estruturados.
A profissionalização do setor se intensificou com o avanço das superpadarias, no início da década em São Paulo. O modelo foi adotado para enfrentar a concorrência com lojas de conveniência e lanchonetes. Foi uma forma de oferecer mais serviços e diminuir custos fixos.

 

Com maior número de funcionários -saltou de 30 para 300, em média- e logística mais complexa, as organizações amadureceram. As mudanças alçaram o faturamento dos negócios para a casa dos milhões e permitiram o crescimento dos grupos.

 

SUPERPADARIAS

 

"O nosso grupo, quando percebe que tem um ponto bom para montar ou para comprar, vai lá e negocia. Sempre pensando em melhorar a empresa, fortalecer o grupo", diz Fernando Cunha, do grupo da Bella Paulista, que tem 600 funcionários e atende 7.000 clientes por dia em uma das cinco unidades.

 

Os sócios pagaram R$ 3 milhões pelo ponto da tradicional lanchonete Real, em Perdizes (SP). Têm ainda uma inauguração prevista para 2011 e estudam outra área. O investimento para uma superpadaria, dizem, é de cerca de R$ 5 milhões.
Cunha lembra que, apesar do crescimento, as padarias são negócios de intensa mão de obra e têm uma ligação emocional forte com o cliente, o que dificulta o ganho de escala. Esse foi um dos argumentos que o levaram a descartar as propostas dos fundos de investimento.

 

MODELO DE NEGÓCIOS

 

Os investidores também bateram à porta da rede Benjamin Abrahão, que tem 12 unidades. Queriam franquear o conceito de padaria "express" em faculdades, criado em 2002 a partir um convite do Mackenzie.
"Os intervalos são pequenos e você tem que atender muita gente em pouco tempo. A gente brinca que tem de ser mais rápido do que o McDonald's", explica Raquel Abrahão, que recusou o convite dos investidores por temer perda de qualidade.
O grupo quer agora montar um centro de distribuição para crescer com o modelo "express", que exige investimentos 30% mais baixos que o de uma padaria média.

 

Veículo: Folha de S.Paulo


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