A quarta data mais lucrativa para o comércio, o Dia da Criança, deve incrementar até 30% as vendas na Região Nordeste. É o que esperam os lojistas do Cariri Shopping, em Juazeiro do Norte, interior do Estado do Ceará. Segundo o superintendente do empreendimento, Paulo Teixeira, até o dia 12 de outubro é estimado um aumento de 15% de fluxo face ao ano passado; a expectativa de vendas é de 30% a mais. O dado é 14% maior que a expectativa nacional da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), que considera um tíquete médio de R$ 80 a R$ 120.
De modo geral, no comércio varejista de Pernambuco a previsão para o Dia da Criança é tão forte quanto no do Ceará, e pode ser preliminar das vendas de final de ano. Para Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco (Fecomércio-PE), na data comemorativa as indústrias aproveitam a conjuntura favorável para a colocação de novidades que serão objeto de desejo das crianças de diferentes faixas etárias, agora e no fim de ano. Sondagem da Fecomércio-PE apurou que oito em cada dez dos 397 consumidores entrevistados na região metropolitana de Recife (RMR) pretendem comprar mais presentes no Dia da Criança.
Em 2009 o percentual também ficou próximo de 80%. Mais de 51% dos consumidores revelaram que vão investir em brinquedos como opção de presente. Roupas representam a escolha para presente de 25%, seguidos pelos sapatos ou tênis. Os três itens de vestuário somam mais de 90% das preferências. Comparado a 2009, o resultado indica estabilidade. Entretanto, mesmo sem elevar o número de compradores, as vendas na data deverão crescer muito em decorrência dos gastos com os produtos.
Em 2010, o gasto médio deverá estar em torno de R$ 109, contra R$ 84 de 2009, aumento nominal de quase 30%. Outro indicativo é que as opções estão atreladas às relações familiares: cerca de metade dos presentes serão dados a filhos; 25%, a sobrinhos, e 15%, a afilhados. Estes, juntamente com netos e irmãos, constituem praticamente todo o universo dos que ganham lembranças. As creches ou instituições aparecem como o único destino fora do âmbito familiar, com apenas 2,18%.
Os cartões de crédito deverão ser a forma de pagamento utilizada em cerca de metade das transações, seguido por pagamentos em dinheiro em 43% das compras. A presença de duas formas de pagamento cada vez mais restringe a participação de outras formas, mesmo aquelas até recentemente muito utilizadas, tais como o cheque à vista ou pré-datado. A venda à vista com débito em conta ainda é pouco difundida e deverá ser utilizada em menos de 3% das transações.
Otimismo
Outros números animadores para o varejo são os registrados no mês de agosto. O desempenho promete ser de crescimento das vendas, apontando para um recorde no ano de 2010. Segundo levantamento da Fecomércio-PE, as concessionárias de veículos, que já registram aumento de faturamento de 15% ao ano, vêm apresentando ótimos resultados mesmo depois do fim da redução do IPI, sendo fundamentais para a continuidade da alta do comércio em geral.
O ramo de informática, cujas vendas já acumulam crescimento de mais de 30%, também incrementa o otimismo. O detalhe que chama atenção no bom momento da atual conjuntura é que o crescimento das vendas atinge todos os segmentos do comércio pesquisados. Mesmo descartando-se as vendas de automóveis, o varejo cresceu quase 3,5% em relação a julho.
O aumento é de cerca de 14% tanto na comparação com agosto passado quanto no acumulado do ano. Em relação a julho, o de calçados foi o único ramo a apresentar resultado negativo. Apesar disso, aumentou seu faturamento em 8,5% em relação a agosto, e 16,44% no acumulado. Os consultores da Fecomércio-PE creditam o resultado negativo a uma grande parte das compras do Dia dos Pais, feitas no mês de julho.
O nível de emprego também segue a trajetória de crescimento, variando 0,79% em relação a julho e mais de 5% perante agosto passado e no acumulado do ano. A combinação de vendas crescentes e o aumento do emprego se refletem sobre a massa salarial, que cresceu mais de 3% sobre julho, próximo de 13% se comparada com agosto e mais de 11% no acumulado.
No Recife o IPCA-15 acumulado no ano iguala-se a 2,37%, ante 3,53% da média nacional. Também em relação à renda a evolução em Recife é particularmente boa, o mesmo acontecendo com o rendimento médio habitual, que atingiu R$ 1.078,00, e com o domiciliar per capita que ultrapassou a faixa de R$ 600.
O varejo em geral da RMR em agosto, de acordo com a variação mensal do índice da Fecomércio-PE, continuou em expansão no faturamento pelo terceiro mês seguido, registrando 5,65% de acréscimo em relação a julho. Quando as concessionárias de veículos não são computadas, a taxa se aproxima de 3,5%. Em um mês em que se evidencia a boa sequência de resultados positivos, o que mais chamou atenção foi a pouca influência exercida pelo Dia dos Pais.
Ao analisar os segmentos do comércio contemplados na pesquisa, bens semiduráveis foi o único que acusou retração (-0,89%), contrariando pesquisas de opinião anteriores que previam que consumidores pretendiam presentear os pais com artigos de vestuário e calçados. Uma boa explicação para esse fato pode estar na antecipação das compras, já que a data comemorativa se dá no início do mês.
A massa salarial seguiu a tendência de alta do faturamento. No comércio em geral fechou em 3,82%. O acréscimo, além de contar com apoio do pagamento de comissões de vendas, foi reflexo do dissídio coletivo do comércio.Em todos os segmentos/ramos a taxa de variação foi maior, mais uma vez destacando-se o comércio automotivo: 8,98%. E o emprego encerrou o mês praticamente estável, com variação percentual de apenas 0,79%.
Veículo: DCI