Excesso de oferta derruba o preço da cebola em São Paulo

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Produção de Monte Alto, no interior do Estado, cresceu 50% neste ano e preço da saca caiu 75%

 

Agricultores dizem que, se preço não subir dentro de alguns dias, nem vão colher o restante da produção

 

A supersafra de cebola deste ano derrubou o preço e o ânimo dos produtores da cidade paulista de Monte Alto, segunda maior produtora do Estado de São Paulo. Tanto é que alguns já pensam em descartar parte da colheita para evitar mais prejuízos.
Com aumento de área plantada, Monte Alto produziu 90 mil toneladas de cebola nesta safra -50% mais do que as 60 mil toneladas de anos anteriores.

 

Já o preço da saca de 45 kg caiu 75% -de R$ 40 na safra anterior para R$ 10.
O produtor Antonio Wilson Aralli, 44, afirmou que só conseguiu vender 30% de sua safra e por um preço que corresponde à metade do custo de produção, estimado em R$ 12 por saca.

 

Se não conseguir em breve novos compradores, pretende descartar o restante da produção, sem nem mesmo colher. "Vou esperar mais uns dez dias. Se não encontrar comprador, vou começar a "tombar" a terra e preparar novo cultivo", disse.
José Morelli, 54, que tem 20 hectares plantados com cebola, ainda mantém a esperança de vender sua produção para pagar pelo menos metade do financiamento bancário que garantiu os insumos para o plantio no começo do ano. "Financiei R$ 100 mil e agora preciso pagar", disse.

 

Segundo o presidente do Sindicato Rural de Monte Alto, João Paulo Rodrigues, a alta na produção de cebola da cidade foi resultado do aumento de 41,6% da área plantada. Saltou de 1.200 hectares para 1.700 hectares.

 

"O bom resultado obtido pelo setor no ano passado motivou os agricultores a ampliar a área cultivada e também incentivou novos produtores, causando essa superoferta de cebola no mercado e a consequente queda no preço."
No Estado, segundo o IBGE, serão produzidas, nesta safra, 181,7 mil toneladas, 1,5% a mais do que em 2009.

 

No Brasil, o aumento da produção deve chegar a 7,7%, com 1,52 milhão de toneladas. A área plantada no país cresceu 6,8%, com destaque para a região Nordeste, especialmente os Estados da Bahia e Pernambuco.

 


Veículo: Folha de S.Paulo


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