Têxteis querem tarifa zero com México

Leia em 2min 40s

Setor que aproveitar perda de participação dos EUA no comércio mexicano para ampliar suas vendas ao país

 

Associação diz, porém, que hora não é boa para exportações que usam muita mão de obra, que é o caso do setor têxtil

 

Autoridades brasileiras e mexicanas discutem diminuir e até zerar as tarifas de comércio entre os dois países para o setor têxtil e de confecção, ampliando o acordo de preferências que já funciona para outros segmentos, segundo a Abit (associação das indústrias do setor).

 

O México é um dos alvos internacionais dos produtos têxteis brasileiros porque tem um grande mercado consumidor interno -são cerca de 108 milhões de habitantes-, de acordo com Fernando Pimentel, diretor-superintendente da associação.

 

Além disso, Pimentel destaca a "complementaridade expressiva" entre as duas economias e o acordo de cooperação econômica 53, de 2002, que faz do México "o único mercado com o qual o Brasil pode negociar independentemente do Mercosul no momento atual".
"Você tem mais liberdade de negociar um acordo quando decide sozinho aquilo que vai ser concedido ou não."

 

Atualmente, o comércio de produtos têxteis entre os países é pouco expressivo. De acordo com dados divulgados em agosto em estudo da Abit, em 2009 o Brasil ocupou apenas a 21ª posição no ranking de fornecedores para o mercado mexicano.
O México importou US$ 6,72 bilhões em têxteis no ano passado, mas o Brasil enviou menos de US$ 59 milhões para lá.
"Como o México está mais voltado para a América do Norte desde a década de 1990, o comércio Brasil-México nunca se desenvolveu da forma como indica o potencial existente."

 

Porém, por conta do desaquecimento da economia norte-americana com a crise econômica, os mexicanos começam a buscar novos parceiros comerciais.

 

MOMENTO

 

E é esse momento que os empresários brasileiros querem aproveitar. A participação dos produtos têxteis dos EUA nas importações mexicanas caiu de 59%, em 2007, para 53%, em 2009.

 

Se as tarifas forem zeradas, as perspectivas ficam ainda melhores. A Bia Brasil, de roupas esportivas femininas, enviou para o México 7.000 das 100 mil peças que produziu em 2008. Em três anos, pretende enviar 20 mil peças por mês ao país.

 

NA MIRA

 

Pimentel afirma que este não é um bom momento para as exportações brasileiras, especialmente de indústrias intensivas de mão de obra, como as têxteis.
"O nosso câmbio está extremamente valorizado e, em paralelo, o governo não avançou na agenda da competitividade com a velocidade necessária", afirma, além de citar os juros e a carga tributária como entraves.

 

Porém, a Abit tem vários países na mira para a expansão e reforço das fronteiras do setor têxtil brasileiro.

 

Os principais alvos, segundo Pimentel, são a UE, os EUA e países africanos. "Os mercados da América Latina continuam sendo fundamentais e estamos desbravando também o Oriente Médio."

 

Veículo: Folha de S.Paulo


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