Custos podem cair até 12% com disponibilização de repositores e promotores custeados pelas empresas.
A oferta de repositores e promotores de venda, custeada por empresas fornecedoras das redes supermercadistas, responde por uma redução de até 12% no custo total do setor com o pagamento de pessoal. Analisados apenas os gastos dos supermercados com o pagamento desse tipo de mão de obra, que representa, em média, um terço do contingente empregado no ramo de atividade, a redução pode chegar a 40%.
Como explica o diretor da rede de supermercados Coelho Diniz, de Governador Valadares, na região do Rio Doce, André Diniz, "essa prática garante uma redução de 40% no quadro de repositores. Como eles representam cerca de 30% das pessoas empregadas nas lojas, há uma diminuição no custo total com pessoal em torno de 12%".
Para ele, a oferta de repositores de gôndolas também é positiva para os fornecedores. "Os dados comprovam que as mercadorias que contam com equipes específicas para atuar na reposição e promoção dentro da loja vendem até 30% maisõ, ressaltou. A rede Coelho Diniz conta com um total de nove lojas, sendo sete no município de Governador Valadares.
Segundo o diretor da Rede Supernosso, de Belo Horizonte, Euler Fuad, cerca de 70% das empresas fornecedoras hoje disponibilizam esse tipo de mão de obra aos supermercados. "Esse é um aspecto muito relevante para as vendas e ocorre, principalmente, no setor de perecíveis e de bebidas", detalhou.
Fuad revelou que, em alguns casos, os promotores contratados pela empresa fornecedora são responsáveis por acompanhar toda a movimentação do produto, desde o recebimento da mercadoria até a reposição na gôndula. "Mercadoria no estoque não vende", advertiu.
Na rede de supermercados Bahamas, detentora de 24 lojas na Zona da Mata, sendo 18 em Juiz de Fora, os repositores de gôndolas e estandes disponibilizados por fornecedores somam cerca de 30% do total empregado na função. "A oferta dessa mão de obra é tão importante para o sucesso de vendas que em algumas negociações ela consta até em contrato", afirmou o gerente de Marketing da rede Bahamas, Nelson Júnior.
Segundo ele, essa parceria proporciona um reforço de pessoal na formação de novas equipes. "Ao montar uma nova unidade, contrato 120 pessoas e posso contar com cerca de outros 30 promotores disponibilizados pelos fornecedores", afirmou. Segundo Júnior, apesar de pagos pela indústria, os promotores trabalham sob a coordenação do próprio supermercado.
Para o superintendente-geral da Associação Mineira de Supermercados (Amis), Adilson Rodrigues, a oferta desses trabalhadores garante uma redução de custo com pessoal entre 5% e 10%, conforme o tamanho do estabelecimento e o tipo de operação. "Enquanto nas grandes lojas pode haver uma equipe trabalhando diariamente na reposição de um produto, há caso de um único repositor atender várias lojas semanalmente", explicou.
Rodrigues ressaltou que a maior redução está sendo percebida nos estabelecimentos que além de contar com esse reforço de pessoas apostaram na terceirização de setores como o de hortifrutigranjeiros. "Temos casos em que o supermercadista optou por terceirizar completamente, deixando a cargo de um operador de fora toda a responsabilidade pelo setor, incluindo aí os gastos com mão de obra para repor os produtos", concluiu.
Segundo dados da Amis, o contingente empregado no setor até o final do ano deve somar 132 mil pessoas. A mão de obra "terceirizada" pode garantir um adicional de 5% na força de trabalho dos supermercados.
Veículo: Diário do Comércio - MG