Time faz parcerias com empresas para vender produtos personalizados para seus 25,8 milhões de torcedores
Clube coloca produtos no varejo em cerca de 20 dias e deve faturar com royalties de cerca de 10% do valor de venda
Com R$ 204 bilhões de renda no bolso, os 25,8 milhões de torcedores alvinegros viraram prioridade nos negócios do Corinthians.
O time abrirá uma rede de farmácias, a Farma Timão, e venderá celulares de dois chips a partir deste mês, além de lançar a TV Corinthians, um canal pago já apelidado de "TVC", que deverá ser veiculada nas maiores operadoras de TV por assinatura do país, como Net e Sky.
Além do canal de televisão, o clube estuda criar um site para comercializar produtos pela internet.
No ano passado, o Corinthians faturou R$ 181 milhões, resultado 54% superior ao do ano anterior. Foi o clube que apresentou maior evolução nas receitas, segundo estudo da consultoria Crowe Horwath RCS.
"É a segunda maior torcida do país, com integrantes com perfil semelhante ao da nova classe média, que é a que mais cresce no país. Entre 80% e 90% estão concentrados no Sul e Sudeste, regiões com renda mais alta", diz Caio Campos, gerente de marketing do clube. "O clube quer aproveitar o potencial dos seus torcedores com produtos diferenciados."
NOVOS NEGÓCIOS
Em 15 dias será aberta a primeira Farma Timão, no Parque São Jorge, em parceria com a Neo Química, patrocinadora do clube, comprada no final de 2009 pela Hypermarcas. A primeira loja recebeu investimento de cerca de R$ 1,5 milhão.
A previsão é abrir dez unidades franqueadas da marca até julho de 2011 e vender produtos com descontos para torcedores. Três delas serão inauguradas até dezembro nas zonas leste, sul e na região central de São Paulo.
"Auxiliaremos na implementação do projeto emprestando nossa experiência com canal farmácia, que inclui medicamentos livres, com prescrição, genéricos e similares, além de produtos de higiene pessoal, beleza, adoçantes, preservativos e fraldas, diz Walker Lahmann, diretor de Marketing da divisão Farma da Hypermarcas.
A venda de celulares também deve começar a partir deste mês em cem lojas da rede Poderoso Timão, além de Extra, Ponto Frio e Casas Bahia. São dois modelos de dois chips, de R$ 349 a R$ 399 (dependendo dos recursos).
"A ideia é vender cerca de 24 mil aparelhos por mês customizados para corintianos. E outros 46 mil sem a personalização do clube", diz Frederico Godke, diretor comercial da Maxxicel, importadora dos aparelhos.
Trazidos da China, os aparelhos terão recursos como filmadora, rádio, MP3, MP4, câmera fotográfica, além de sinal para TV digital .
Até setembro, a Anatel registrou 191,5 milhões de linhas de celulares. Desse total, 82% são pré-pagas.
Já existem outros aparelhos com dois chips sendo vendidos no país por ao menos quatro fabricantes. Mas é o mercado "cinza" que preocupa a Maxxicel. "Foram vendidos 9 milhões de celulares com dois chips no mercado informal no ano passado. E outros 3 milhões de aparelhos com um chip, sem homologação", diz Godke.
A Maxxicel tem planos para instalar até janeiro uma fábrica em Itajaí (SC) ou Manaus (AM) para montar os celulares no Brasil.
A definição do local depende de negociação sobre incentivos fiscais. Devem ser investidos R$ 12 milhões na fábrica, que terá 50 funcionários. Para expandir os negócios, a empresa recebeu um aporte de R$ 18 milhões.
Veículo: Folha de S.Paulo