Indústria farmacêutica anima a Agilent

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O crescimento previsto para o mercado farmacêutico local, que faturou R$ 545 milhões no terceiro trimestre do ano, é o grande impulso nas expectativas da norte-americana Agilent Technologies Inc., um dos principais fabricantes mundiais de equipamentos para laboratórios de análises químicas e biociências. No Brasil - mercado que representa 10% do faturamento global de US$ 5,4 bilhões da empresa -, a divisão de biociências registrou um crescimento de 52,5% no último ano fiscal, encerrado em outubro, sobre o ano anterior.

 

"O setor farmacêutico é e deve continuar a ser, nos próximos anos, o principal mercado para a Agilent no Brasil", diz Reinaldo Castanheira, gerente-geral da empresa no País. De acordo com ele, este mercado tem uma grande oportunidade de expansão pois crescem as exigências regulatórias sobre produtos no País.

 

As crescentes necessidades de garantia de qualidade dos produtos farmacêuticos demanda investimento dos laboratórios em equipamentos de análise mais precisos e com capacidade de processamento maiores. Castanheira afirma que globalmente, o mercado farmacêutico tem perspectivas de crescimento de 5% ao ano, sobre um faturamento mundial de US$ 19 bilhões.

 

Por outro lado, o executivo da empresa considera que as oportunidades de crescimento do Brasil neste mercado estão restritas ao controle de qualidade. A atividade, apesar de rentável para o mercado nacional, mantém a indústria do País ainda distante dos principais ganhos do mercado farmacêutico, que são a produção dos fármacos - substâncias sintéticas que são o princípio ativo dos medicamentos.

 

"O Brasil já esteve mais próximo de sintetizar princípios ativos, mas a indústria foi desmantelada", afirma Castanheira. "Esta indústria não vai crescer sem a ajuda do governo, sem regulamentação do fluxo de importações."

 

"A grande oportunidade de crescimento do mercado farmacêutico no Brasil seria sintetizar os fármacos, que hoje são importados", afirma o executivo.

 

A empresa, com sede na Califórnia, já foi um braço da gigante da tecnologia HP (Hewlett-Packard) até 1999, quando se desmembrou e fez sua oferta inicial de ações. Hoje a companhia opera em 112 países e prevê um crescimento global de 13% a 16% para o próximo ano fiscal, podendo chegar ao montante de US$ 6,3 bilhões. Além dos mercados de análises químicas e de biociências, a companhia produz equipamentos para análises em comunicações e para o mercado de eletrônica.

 

Genéricos

 

A indústria de medicamentos genéricos, que movimentou cerca de R$ 1,7 bilhão no terceiro trimestre do ano, deve chegar a 24% de todo o mercado farmacêutico do País no final de 2010, é também uma oportunidade de crescimento para a Agilent.

 

"Os genéricos devem ajudar o crescimento da empresa no mercado farmacêutico", afirma Castanheira. "O crescimento previsto para este segmento no Brasil vai implicar em mais análises, o que vai demandar mais equipamentos."

 

Segundo o executivo, existe um limite de análise por equipamento em um determinado tempo, o que determina o desempenho das máquinas de análise. A indústria, segundo ele, opera normalmente no limite dos equipamentos, uma vez que a busca por eficiência é parte dos objetivos estratégicos das empresas. "Com isso, qualquer aumento de demanda implica na necessidade de novos equipamentos."

 

O próximo boom no mercado brasileiro para a empresa, depois do da indústria farmacêutica, deve se dar no mercado de alimentos. Segundo o gerente-geral da Agilent, o segmento ainda necessita de exigências regulatórias e, à medida que o governo der mais atenção à qualidade dos alimentos e da água que se consome no País, os equipamentos destinados a este tipo de mercado podem ter uma disparada comparável à do mercado farmacêutico.

 

Fusão

 

No início do mês de novembro, a companhia norte-americana concluiu a integração com a Varian, empresa comprada com recursos próprios por US$ 1,5 bilhão. Com a fusão, três novas linhas de produtos foram adicionados ao porfolio da Agilent, além de um impulso de pelo menos 5% nas previsões de crescimento para 2011.

 

"A sinergia só não pode ser maior por conta de legislações antitruste que obrigaram a Varian a vender parte de seus negócios antes da integração", explica Castanheira. Segundo o executivo, em algumas frentes de produtos a empresa já tem cerca de 60% do mercado mundial. Ele acrescenta que, "com a fusão, a empresa teria praticamente o mercado todo."

 

Com a integração entre as empresas, a maioria das linhas de produtos da Varian passou a se reportar à divisão de análises químicas e biociências da Agilent.

 

No Brasil a empresa atende a clientes como Agência Nacional do Petróleo(ANP), Basf, Cristália, EMS, Eurofarma, Instituto Adolfo Lutz, Novartis, Petrobras e Polícia Federal.

 

Veículo: DCI


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