O governo federal vai intervir no mercado para garantir os preços mínimos do arroz e do feijão, disse o ministro da Agricultura, Wagner Rossi. Hoje, técnicos dos Ministérios da Agricultura, da Fazenda e da Casa Civil irão se reunir em Brasília para avaliar uma nova operação para sustentar o preço do arroz. A medida foi determinada pela presidente Dilma Rousseff que, na semana passada, em visita do Rio Grande do Sul, recebeu apelos de arrozeiros do estado.
"A presidente solicitou medidas e vamos realizar essa reunião amanhã para definir o que será feito para o arroz", disse o ministro. Da reunião deverá sair uma nova portaria interministerial para regulamentar novas operações para o arroz, pois a atual tem validade até hoje. O preço mínimo do arroz determinado pela Conab é de R$ 25,80 a saca de 50 quilos, mas o cereal é comercializado entre R$ 22 e R$ 23 no Sul do País.
Na semana passada, a Conab negociou 100% da subvenção no leilão do Prêmio de Escoamento de Produto (PEP) para 50 mil toneladas de arroz no Rio Grande do Sul. O PEP foi negociado com deságio de 1,25%, a R$ 4,72 a saca. Em troca do subsídio, o comprador do produto deve pagar ao produtor preço mínimo de R$ 25,80.
Ainda na semana passada, o coordenador-geral de Cereais e Culturas Anuais do Ministério, Sílvio Farnese, defendeu a realização de novos leilões de PEP, diante do estoque elevado do cereal nos armazéns públicos. Já a Federação das Associações dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) negocia com o governo um pacote de medidas de R$ 750 milhões.
O ministro Wagner Rossi afirmou ainda que as operações de intervenção para o feijão serão avaliadas antes do início da colheita da safra de verão, do chamado feijão das águas. A safra do feijão sequeiro, colhida até dezembro, foi prejudicada pelo clima e a qualidade do grão derrubou os preços para entre R$ 60 e R$ 70 a saca de 60 quilos, ante um preço mínimo de R$ 80 a saca. "Com a oferta da nova safra os preços podem cair mais e o governo vai avaliar medidas para o feijão", disse.
Preocupação
O movimento de baixa nos preços do arroz em casca, observado desde agosto do ano passado, vem preocupando orizicultores do Rio Grande do Sul. Os atuais patamares estão abaixo dos custos médios de produção.
À espera da nova colheita, compradores acreditam que os preços devem cair. Nesse cenário, produtores, que até têm se mostrado mais interessados em negociar o produto, estão cautelosos na comercialização.
Veículo: DCI