O ano começou com alta do leite. Em janeiro, o preço médio -pago pelo produto entregue em dezembro de 2010- aumentou 1,2%, para R$ 0,729 por litro, segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP.
Em relação a janeiro de 2010, a valorização é de 22% (sem descontar a inflação). A oferta limitada em dezembro, quando a captação subiu apenas 0,4% no país, em plena safra, explica parte desse comportamento.
A seca no Rio Grande do Sul e o excesso de chuvas no Sudeste, que prejudicou o transporte, afetou a disponibilidade de leite.
Ao mesmo tempo, o aquecimento do consumo interno, especialmente de derivados, forma o cenário de alta para as cotações, diz a pesquisadora Aline Barrozo Ferro, do Cepea.
E esse maior consumo de queijos e iogurtes, entre outros derivados -resultado do aumento na renda-, deve fazer de 2011 um ano de bons preços para o produtor.
Em 2010, o aquecimento da economia já resultou em alta de 10% no preço médio pago ao produtor, de acordo com a Scot Consultoria.
O consultor Rafael de Lima Filho, da Scot, estima que a demanda por leite e derivados crescerá entre 4% e 5% ao ano no Brasil, nos próximos cinco anos.
Por outro lado, o produtor também terá de conviver com aumento de custos. Com a alta de milho, farelo de soja e preço dos fertilizantes desde o segundo semestre do ano passado, será preciso gastar mais para produzir a mesma quantidade de leite.
Assim, apesar de ter preços em patamares superiores aos praticados no ano passado, a margem de lucro do pecuarista pode ser menor em 2011, observa o consultor.
Veículo: Folha de S.Paulo