Em preparação para a chegada do inverno, o setor têxtil começa a se preocupar com o abastecimento.
A produção de sintéticos e tecidos para costura de casacos esportivos não deve acompanhar por muito tempo o crescimento do consumo no Brasil, segundo a ABVTEX (associação do varejo têxtil), que reúne as grandes redes do país.
"Jeans, malharia e tricô nós até temos. O sintético, para produzir jaquetas, é o mais crítico", diz Sylvio Mandel, presidente da entidade.
Há um descompasso entre o crescimento do varejo e o da indústria, segundo Mandel. "A expectativa de alta do PIB em 2010 é de 7,5% enquanto o volume de vendas do varejo avançou 11,9% de janeiro a novembro."
Medidas protecionistas, como a elevação de barreiras a importados, agravam a questão, segundo Mandel, que se prepara para levar a Brasília pedido para que o governo não dificulte a entrada de itens estrangeiros.
"A indústria local não consegue dar conta, temos que completar com importado. Se aumentar os impostos, quem sente é o consumidor."
A Abit, que representa a indústria nacional, discorda. "Não somos contra o mercado livre e o comércio internacional, desde que sejam mantidas condições adequadas de concorrência", diz Fernando Pimentel, da Abit.
"O Brasil não pode ser condescendente com quem faz dumping, como a China, ou que não cumpram padrões ambientais e trabalhistas."
Veículo: Folha de S.Paulo