Loja de material de construção opta pelas marcas próprias

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Redes varejistas da área de construção civil como Casa & Construção (C&C) e Leroy Merlin seguem os passos das supermercadistas e investem em marca própria para atender a nova classe média. Sem falar em números de investimento, a rede C& C lançou recentemente uma nova marca própria em seu portfólio, a Metropac. O grupo, que já possui a marca Casanova, anunciou também que vai ampliar os itens dentro das categorias já existentes e também expandir o número de categorias no segmento.

 

Segundo a C&C, a nova linha englobará produtos da categoria de construção que não aparecem na casa, como ferramentas e acessórios de fixação. "Essa é a marca da experiência de compra racional. É voltada, por exemplo, para o construtor e o mestre de obras", ressalta a diretora de Marca Própria da C&C, Júlia Chen, que recentemente assumiu o posto. Para a porta-voz, por ser um conceito relativamente novo no mercado de home centers, a C&C optou pela criação de uma diretoria exclusiva para tratar do assunto. "Essa é uma tendência forte no varejo, e com isso pretendemos trazer inovações e serviços diferenciados para fidelizar nossos consumidores", destaca a diretora de Marca Própria da C&C.

 

A linha Casanova ficou com os itens de impacto visual, ligados à beleza e estética, como itens de acabamento, decoração e iluminação, tintas, produtos de cozinha e de mesa e almofadas. De acordo com Júlia, a Casanova engloba os materiais de sonho de consumo, de compra emocional. A marca própria contará ainda com duas variantes: a Casanova design, de produtos com desenho arrojado, e a Casanova Eco, com itens sustentáveis -socialmente justos e ecológicos.

 

Atualmente, a empresa conta com 40 unidades distribuídas pelos Estados de São Paulo e do Rio de Janeiro. Em São Paulo são 32 as lojas na capital, Grande São Paulo, interior e Baixada Santista. No Rio de Janeiro são oito as lojas, seis na capital do estado, uma em Niterói e uma em Duque de Caxias.

 

Concorrência

 

Quem também vai acirrar a concorrência neste segmento é a varejista francesa Leroy Merlin, que tem a marca Luxens, uma tinta desenvolvida no Brasil. A linha conta com produtos como tintas premium, selador e massa corrida . Segundo a empresa a idéia de criar uma marca própria para estes produtos foi a dificuldade de encontrá-los disponíveis no mercado com um preço voltado para as classes emergentes, pois têm um preço 20% abaixo do das marcas similares do mercado.

 

O crescimento esperado no setor de tintas da empresa com o lançamento da nova marca é de 10% acima do mercado. "Estamos propondo uma solução econômica para nossos clientes com a mesma qualidade das marcas líderes e com a garantia da Leroy Merlin", explica gerente do setor de tintas da rede, Gisele Laia.

 

As tintas podem ser encontradas nas cores: branco-neve, gelo, pérola, palha, terracota, bianco sereno, verde kiwi e marfim.

 

De acordo com o presidente do instituto de pesquisas Data Popular, Renato Meirelles, as informações das lojas varejistas vêm ao encontro às tendências do varejo "Criar novas marcas ou democratizar as já existentes é uma tendência de sucesso para quem deseja atender a nova classe média brasileira. Entretanto, ainda existe um grande abismo entre executivos e novos consumidores ", enfatiza o porta-voz.

 

Mercado

 

Com a ampliação do consumo acima da média brasileira na categoria, a classe C assume condição de destaque em 8 anos, ultrapassando as classes AB na composição do total de gastos com produtos e serviços para a manutenção do lar, segundo estudo realizado pelo Data Popular.

 

De acordo com Renato Meirelles este número tende apenas a crescer. "As classes média e baixa estão começando a dominar o mercado consumidor brasileiro. Esta é uma tendência que não tem volta. Acreditamos que esse público irá, em breve, direcionar grande parte dos recursos para a melhoria de suas habitações", explica.

 

No ano passado, por exemplo, as famílias emergentes gastaram um total de R$ 560,7 bilhões com produtos e na contratação de serviços para a manutenção do lar. A classe C se destaca nesse cenário, sendo responsável por 43,3% do consumo nacional do último ano. O topo da pirâmide, apesar do maior poder aquisitivo, ficou atrás do mercado emergente. As classes A e B juntas gastaram R$ 217,4 bilhões, enquanto as classe C, D e E R$ 343,3 bilhões. As classes média e baixas também ficaram à frente das classes A e B na evolução do consumo dos últimos 8 anos. Em um comparativo entre 2002 e 2010, a classe C teve gastos 11 vezes maiores do que em 2002, saltando de R$ 21,7 bilhões para R$ 242,9 bilhões. As classes D e E juntas consumiram quase oito vezes mais e as classes A e B quase cinco vezes mais.

 


Veículo: DCI


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