Pão de Açúcar tem lucro 25% maior e quer mais drogaria e posto

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Estão rindo à toa os acionistas do Grupo Pão de Açúcar (GPA), ao contabilizar lucro líquido estimado em R$ 819,2 milhões em 2010, o que representa incremento de 25,2% sobre o ganho de 2009. Por conta do cenário positivo, a empresa afirma que pretende explorar nichos diferentes, e não descarta sair às compras de drogarias e postos de gasolina, para ampliar sua presença nesses segmentos, que atraem um giro maior de público aos seus estabelecimentos.

 

Após a aquisição das bandeiras Ponto Frio e Casas Bahia, Hugo Bethlem, vice-presidente executivo do grupo o GPA afirma que a ideia é aumentar a atuação em serviços. "São braços importantes em que queremos crescer e nos profissionalizar", disse ele. Já Enéas Pestana, presidente do Pão de Açúcar, declarou que, atualmente, o grupo opera 81 postos de gasolina e 153 drogarias, e ambas áreas deverão ganhar prioritariamente a marca Extra.

 

Pestana, que destaca investimentos na ordem de R$ 1,4 bilhão este ano, 18,4% a mais do que em 2010, diz que é possível o desenvolvimento de lojas da rede que possam servir como operação de conveniência em postos de gasolina. "Atualmente, temos o Extra Fácil, que é visto como de conveniência, mas podemos desenvolver uma versão menor, para posto de gasolina", como explica ele.

 

Depois de atingir um lucro líquido de R$ 819,2 milhões em 2010, o que representa um crescimento de 25,2% sobre o ganho acumulado em 2009 (R$ 654 milhões), o Grupo Pão de Açúcar (GPA) não descarta a possibilidade de ir às compras em 2011, em busca de explorar nichos. O foco, no entanto, não será eletrônicos e eletrodomésticos, como aconteceu em 2008 e 2009, com a aquisição do Ponto Frio e a Casas Bahia. Em 2011, a área de postos de gasolina e drogarias estará no radar da varejista. As lojas, que atualmente estão ligadas aos supermercados da rede, poderão ser abertas de forma independente.

 

De acordo com Hugo Bethlem, vice-presidente executivo do grupo o GPA não descarta a aquisição de grupos de drogarias para aumentar sua atuação nesses setores. "Esse é um braço importante em que queremos crescer e profissionalizar o serviço prestado", disse.

 

Conforme Enéas Pestana, presidente do Pão de Açúcar, a rede identificou nas operações já existentes que ambos os negócios são lucrativos e se somam à estratégia de expansão do grupo. Atualmente, o grupo opera 81 postos de gasolina e 153 drogarias, a maioria ligados diretamente a hipermercados.

 

Segundo o executivo, as drogarias e postos de gasolina têm um volume de venda menor, mas com compras individuais médias de maior valor. "É uma operação que se assemelha mais ao [perfil do] Pão de Açúcar e do Extra Fácil", explica. Conforme afirmou Bethlem, o GPA pode ir às compras para drogarias, mas com relação aos postos o crescimento será orgânico. "Tivemos experiências não muito boas com relação aos postos de rua, então, não é nosso foco", disse. O executivo diz ainda que a compra de redes de eletrodomésticos mostrou que o GPA não é uma companhia "só de alimentos". "A gente pode usar nossa plataforma de varejo para ampliar nossa atuação", diz.

 

Marca Extra

 

Em termos de estratégia de marca, tanto as drogarias quanto os postos de gasolina deverão ganhar prioritariamente a marca Extra. Atualmente, os postos de gasolina, por exemplo, recebem a identificação das lojas às quais estão ligadas. Existem, atualmente, postos com a marca Compre Bem, por exemplo.Dentro da inclusão das drogarias e postos de gasolina na estratégia do grupo como um tudo, Pestana diz que é possível o desenvolvimento de lojas da rede que possam servir como operação de conveniência em postos de gasolina. "Atualmente, temos o Extra Fácil, que é vista como de conveniência, mas as unidades têm de 200 a 300 metros quadrados. Podemos desenvolver uma loja menor, para um posto de gasolina", explica.

 

Investimentos

 

Para manter o ritmo acelerado de crescimento, o GPA também anunciou investimentos na ordem de R$ 1,4 bilhão este ano. O número representa 18,4% a mais do que foi investido em 2010, quando a o grupo expandiu investimentos em 64,7% ante 2009.

 

A maior varejista do País planeja destinar os recursos à "conversão ou abertura de lojas e aquisição de terreno, reforma de lojas, logística e outros", diz Bethlem.

 

Apenas no último trimestre de 2010, os aportes feitos envolveram a abertura de 21 lojas e a conversão de outras 117.

 

A companhia não divulgou número total de lojas abertas em 2010, ano em que a meta seria de 100 inaugurações. Na área de alimentos foram abertas 53 novas lojas no ano.

 

A companhia também anunciou nesta quinta-feira a aquisição das ações remanescentes da Sendas Distribuidora, cuja bandeira de "atacarejo" já era detida pelo grupo, por R$ 377 milhões.

 

O presidente do conselho de administração do Pão de Açúcar, Abílio Diniz, também demonstrou confiança no segmento nesta quinta feira, durante a divulgação dos dados do grupo.

 

"O País vai continuar distribuindo renda e melhorando as perspectivas das empresas. Mantemos nossa confiança, sem receios, sem a mesma opinião de quem espera queda do consumo interno pela alta da inflação e dos juros", afirmou.

 

Busca de financeira

 

Para 2011 o grande desafio do Pão de Açúcar com relação a Globex ficará por conta da decisão de qual banco será responsável pela emissão dos cartões de crédito nas lojas da Globex, a holding que congrega o Ponto Frio e a nova Casas Bahia.

 

De acordo com Bethlem, a disputa vai além de bancos como Itaú e Bradesco e deverá ser finalizada ainda em 2011 "Sairá este ano, sem dúvida, mas ainda é cedo para dizer qual banco leva". O banco que levar a financeira vai lidar com mais de 5 milhões de clientes ativos na Casas Bahia - sem contar os do Ponto Frio, que pode vir a ser integrado na nova financeira.

 

Com o foco em crescimento nos negócios, a Globex (Ponto Frio e Novas Casas Bahia) anunciou ter registrado um faturamento bruto de R$ 10.013,0 milhões e os planos para 2011, de acordo com o comunicado do grupo, a expectativa é continuar a expansão no nordeste, além da fortificação do comércio eletrônico, e-commerce. "Continuamos nosso caminho na Região Nordeste do Brasil, com a entrada no mercado de Sergipe, onde inauguramos a primeira loja marca Casas Bahia em Aracajú", disse Hugo Bethlem.

 

"Ainda somos virgens de Casas Bahia no nordeste e esse é nosso foco" diz o executivo. Para atender o crescimento previsto nessa região, o grupo anunciou um novo centro de distribuição. "Para isso inauguramos nosso Centro de Distribuição na Bahia. Hoje o grupo tem 28 lojas na região".

 

O plano de expansão completo da Globex, de acordo com o Bethlem será divulgado em março deste ano. "Não posso dar números de expansão ainda, mas o foco é organizar as bandeiras para cada público, organizando Casas Bahia e Ponto Frio", disse.

 

Veículo: DCI


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