Mattel não faz só brinquedos, diz novo presidente

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Estratégia: A maior fabricante de brinquedos do mundo prepara expansão de produtos feitos no Brasil

 

A sala de produtos e lançamentos no Brasil da Mattel, a maior empresa de brinquedos do mundo, é de deixar qualquer criança em êxtase. Apinhada de bonecas Barbies, bicicletas Hot Wheels, jogos e camisetas multicoloridas, o local não chega a inibir o mexicano Ricardo Ibarra, presidente da companhia no país, a afirmar o que poderia parecer um contrasenso. "Nós não somos uma empresa de brinquedos. Ou só de brinquedos. Roupa, ovo de páscoa e xampu é brinquedo? Basta olhar ao redor", diz ele, que emenda: "Também não somos uma empresa importadora. A visão que as pessoas tem da Mattel no Brasil não reflete a realidade do negócio".

 

Em sua primeira entrevista no cargo, e uma das poucas concedidas pela subsidiária do grupo americano no país, Ricardo Ibarra faz uma espécie de mea culpa sem melindres. Admite que se o mercado tem uma imagem distorcida da empresa, "isso é porque a companhia contribuiu para isso". E completa: "Entrei na Mattel, entre outras coisas, para corrigir esse erro".

 

Com escritório local desde 1998, a companhia está desenhando um plano de negócios para ampliar a produção local. Ele conta que, das 200 milhões de unidades vendidas pela empresa no Brasil em 2010, 100 milhões foram fabricadas por parceiros no Brasil.

 

"Na soma total, essa divisão está em meio a meio, mas acreditamos que a taxa mínima de fabricação no Brasil é 50%. Isso deve subir nos próximos anos". O executivo não revela quais as novas linhas que deverá produzir por aqui, por meio de acordos com empresas terceirizadas. "Estamos em processo de negociação avançada".

 

Existem 60 empresas produzindo localmente mercadorias com as marcas do grupo Mattel. A empresa continua a importar a boneca Barbie da Ásia ao Brasil. E não descarta abrir uma loja da Barbie no Brasil. Ibarra diz que isso seria possível dentro dos próximos cinco anos.

 

Os modelos de produção da Mattel no Brasil variam. Há companhias como Caloi, C&A, Bandeirante e Avon que fecharam acordos de produção de itens da marca no Brasil. A Avon produz xampu e condicionador da Barbie, vendidos nos supermercados. A C&A contrata a produção de terceiros das roupas infantis da marca Barbie e as vende em suas lojas. Em todos os casos, é necessário o aval da Mattel, que acompanha passo a passo o plano de produção e marketing. "Com as roupas, por exemplo, temos um guia de estilo, com cores e modelos, que precisa ser respeitado", diz Ibarra.

 

As lojas venderam R$ 1,5 bilhão de produtos da Mattel no Brasil em 2010. Para se chegar ao faturamento, é preciso desconsiderar a margem do varejo e os impostos - o que faria cair para cerca de R$ 800 milhões, segundo cálculo feito de um importador de bonecas. No ano passado, a empresa informa que a taxa de crescimento no país foi "mais que o dobro" da registrada no mundo - a Mattel ampliou em 8% as vendas no mundo.

 

Se quiser bater uma meta prometida à matriz, terá de continuar nesse ritmo de crescimento. Oito meses atrás, o CEO mundial da Mattel, Bob Eckert, chamou Ibarra para uma reunião, ofereceu o cargo no Brasil e disse que queria que o país saísse do grupo dos oito maiores mercados do mundo e passasse para o grupo dos três principais em cinco anos. "É promessa e vou atrás disso", afirma Ibarra.

 

Veículo: Valor Econômico


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