Leite: custos levam setor à crise em Minas Gerais

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Preços despencando no mercado.


 
Os baixos preços do leite poderão comprometer o abastecimento no mercado 
O setor de pecuária leiteira em Minas Gerais não está sendo um dos mais promissores e o cenário tende a piorar. Enquanto o volume de produção continua em alta, junto com os custos com insumos, os preços pagos ao produtor amargam quedas, isso em plena entressafra.

 

Para deixar a situação ainda mais complicada para o produtor, está começamdo o período chuvoso no Estado, que melhora a qualidade dos pastos e influencia diretamente no aumento do volume de leite produzido, porém o preço cai. Minas detém a principal bacia leiteira do país, com participação de cerca de 20% do mercado.

 

Segundo o presidente da Cooperativa Agropecuária de Araxá (Capal), Alberto Adhemar do Valle Júnior, infelizmente, o segmento está a mercê do mercado internacional que continua sinalizando para baixo, refletindo nos preços do produto. "Atrelado a esses fatores, a produção está registrando crescimento em alguns locais de até 20% no período, o que gera maiores depressões nos preços do leite", considerou.

 

O dirigente destacou que, com os custos de produção em alta, não se pode desenhar um cenário sobre como o segmento poderá caminhar nos próximos meses uma vez que os produtores não contam com segurança alguma. "Acredito que poderemos contar com preços mais estáveis em função da demanda isso, caso a produção não aumente consideravelmente", observou.

 

Qualidade - De acordo com Valle Júnior, o preço médio nacional do leite está entre R$ 0,60 e R$ 0,70, dependendo tanto da qualidade quanto do volume produzido. "O produtor hoje está trabalhando no vermelho pois não há como produzir com os preços dos insumos em alta. A cadeia produtiva precisa se organizar melhor em cooperativas e o governo oferecer uma política agrícola para não deixar os produtores a sós em períodos de turbulência", advertiu.

 

Segundo o presidente da Cooperativa Regional dos Produtores Rurais de Carmo do Cajuru, João Lúcio Gontijo de Melo, o setor leiteiro não conta com perspectivas de melhoria para este ano, devendo se manter em baixa.

 

"Os insumos, por outro lado, continuam onerando a renda dos pecuaristas. Por isso, a indicação é de muita cautela. As exportações dependem de crédito externo e, neste momento, a recomendação é buscar não se endividar", reforçou.

 

Mas, como destacou Melo, o leite depende muito de qualidade e esse fator interfere bastante nos preços pagos. "O preço médio do litro de leite está em torno de R$ 0,44. A partir de 3 mil litros entregues, o produtor recebe R$ 0,12 de bonificação por litro. Quando há qualidade total (contagem bacteriana e de células somáticas, proteínas e gorduras em bons índices) o produtor ainda pode receber outra bonificação de R$ 0,17 a cada litro", salientou.

 

De acordo com ele, no período de incidência de chuvas os custos costumam ser um pouco reduzidos e a produção tende a aumentar. "O preço que estaria remunerando o produtor hoje deveria ser em torno de R$ 0,65 por litro. Atualmente, a diferença chega a R$ 0,20 no litro quando comparado ao mesmo período do ano anterior", explicou.

 

Melo enfatiza que o governo poderia incentivar o consumo do produto, uma vez que a oferta de leite no mercado é grande. "Outra possível saída para o setor seria favorecer as exportações uma vez que não temos como prever o que poderá ocorrer no decorrer deste exercício", afirmou.

 

Veículo: Diário do Comércio - MG


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