Confecções priorizam os tecidos nacionais

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Nem mesmo a baixa cotação do dólar frente ao real tem feito as confecções trocarem o tecido nacional pelo produto importado da China, como era comum alguns anos atrás. Hoje, segundo o presidente do Sindicato da Indústria do Vestuário no Estado de Minas Gerais (Sindivest-MG), Miguel Aburachid, 95% das empresas mineiras compram a principal matéria-prima dos fabricantes brasileiros.

 

"Não compensa importar porque só interessa aos chineses vender grandes quantidades, o que acaba se tornando um problema para as pequenas e médias confecções", afirma. Para ter acesso a esse tipo produto, de forma pontual e em quantidade menor, as empresas utilizam importadoras ou mesmo grandes atacadistas para a aquisição.

 

O retorno da preferência pelos fornecedores nacionais pode ser explicado também, segundo Aburachid, pela necessidade que a indústria tem de colocar no mercado peças de qualidade superior, com o objetivo de conquistar ou manter a preferência do consumidor, tarefa que se torna mais difícil com o uso da matéria-prima asiática.

 

E o resultado tem sido positivo, já que, no primeiro trimestre de 2011, o segmento no Estado registrou expansão de 20% na comparação com o mesmo período do ano anterior. E pretende, neste exercício, repetir o percentual de crescimento ante o exercício passado.

 

No polo de confecções de Divinópolis, na região Centro-Oeste de Minas, a estratégia adotada pelas empresas - de se buscar a qualidade total, baseada no conceito de fast fashion (moda rápida) - também tem reduzido o interesse das indústrias pelos tecidos de origem asiática.

 

De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias de Vestuário de Divinópolis (Sindivesd), Antônio Araújo Rodrigues Filho, fatores como a distância e a qualidade duvidosa do produto ou sua procedência, além da insegurança e do alto custo do processo de importação, tem feito alguns empresários a escolherem os fabricantes nacionais.

 

Segundo Aburachid, "só interessa aos chineses vender grandes quantidades"
"Com isso, temos conseguido reduzir o uso dos tecidos importados, que só são realmente interessantes para grandes indústrias, que produzem commodities" explica. Na avaliação do dirigente, a agilidade do processo de desenvolvimento de novos produtos tem sido uma ferramenta eficaz o suficiente para deter a concorrência chinesa.

 

O presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem no Estado de Minas Gerais (Sift-MG), Adelmo Percope Gonçalves, explica que, apesar do preço competitivo, a qualidade dos tecidos chineses é bastante questionável. O que, segundo ele, justifica a volta da preferência da indústria de confecção pela mercadoria nacional.

 

Mesmo sem revelar números, Gonçalves afirma que as vendas do segmento no primeiro trimestre foram "muito boas", na comparação com o mesmo período de 2010. Para o segundo trimestre, a redução do preço do algodão, em função da nova safra em maio/junho, deve resultar em uma reavaliação da estratégia adotada pelas indústrias.

 


Veículo: Diário do Comércio - MG


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