Cooperativa Batavo retorna ao varejo

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Empresa monta unidade para industrializar leite; depois, quer atingir supermercados com produtos diferenciados

 

A nova indústria, em Ponta Grossa, começará a operar em junho, mas entrada no varejo não tem data prevista

 

A Batavo Cooperativa Industrial quer voltar às gôndolas dos supermercados. Fundada em 1925, com o objetivo de agregar valor à produção dos cooperados, esteve nas redes de varejo até 2007.

 

Em 1998, vendeu 51% das ações para a Parmalat e, no final de 2007, a Perdigão assumiu o controle da Alimentos Batávia S.A., empresa criada quando a cooperativa fez a parceria com a Parmalat.

 

A cooperativa, que teve faturamento de R$ 680 milhões no ano passado, foi fundada em 1925 por sete produtores imigrantes da Holanda, que chegaram à região paranaense de Carambeí em 1911.

 

Nessa volta ao mercado, a Batavo quer alcançar clientes que procuram produtos diferenciados, segundo Renato Greidanus, presidente da cooperativa.
A nova indústria, localizada em Ponta Grossa (PR), começará a operar em junho. A entrada no varejo não tem data prevista.

 

O primeiro passo da cooperativa será fazer homogeneização, concentração (tirar a água) e pasteurização do leite. O objetivo é buscar novos clientes para esse produto com maior valor agregado.

 

Localizada em uma das melhores bacias leiteiras do país, a cooperativa quer industrializar o próprio leite, hoje vendido como commodity.
No final do ano, e após investimento total de R$ 60 milhões, a cooperativa colocará em operação a segunda fase da indústria, quando passará a produzir leite longa vida.
A produção inicial será voltada para terceiros, mantendo a marca dos produtos deles. Uma das parcerias será com a catarinense Tirol, para a qual a Batavo industrializará leite condensado.

 

A cooperativa Batavo sabe que será difícil desvincular seus produtos da marca Batavo -hoje nas mãos da BR Foods. Sem direito a essa marca, a cooperativa comercializará seus produtos com o nome Frísia Alimentos.
Frísia homenageia uma região da Holanda, berço dos pioneiros da cooperativa. Os holandeses comemoram neste ano o centenário da migração da Holanda para essa região do Paraná.

 

Dick Carlos de Geus, ex-presidente da cooperativa, diz que, "com a nova fábrica, se pretende tirar mais proveito da qualidade do leite produzido na região".
"O Brasil pede alimentos com mais qualidade e o consumidor está ficando mais exigente. Agora é a hora para a produção desses alimentos diferenciados", diz ele.
Na avaliação de Geus, os produtores da região estão enquadrados nessas novas exigências. "Temos qualidade e sustentabilidade".

 

CENTENÁRIO

 

Os holandeses chegaram há cem anos à região de Carambeí, no centro-sul do Paraná. Geus, cujos pais foram pioneiros na região, diz que três pilares sustentaram os holandeses.
Um deles foi a fé, que deixava o pessoal unido.
"Mas não adianta só rezar, é preciso trabalhar. E, finalmente, quem trabalha tem de usar a cabeça, buscando conhecimento."

 

Franke Dijkstra, um dos produtores da região -e que atua na produção de grãos, leite e carnes- diz que a cooperativa é uma ferramenta importante de mercado.
Com um sistema de reaproveitamento total do lixo orgânico e de dejetos de animais, que são devolvidos como adubo à lavoura, Dijkstra diz que a terra é como uma conta bancária remunerada.
"Deve haver uma troca, não só retirando [produtos dela], mas também devolvendo [os resíduos]", o que ele realmente coloca em prática em sua fazenda.

 


Veículo: Folha de S.Paulo


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