Venda de genéricos salta 32% de janeiro a março

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O mercado de medicamentos genéricos no Brasil vive sua melhor fase desde a sua implantação no país, em fevereiro de 2000. Somente no primeiro trimestre deste ano, as vendas cresceram 32% em relação ao mesmo período do ano passado e chegaram a 123,7 milhões de unidades comercializadas. Em faturamento, a alta foi de 37,4% na mesma base de comparação, totalizando R$ 1,7 bilhão. Em Minas Gerais, o Grupo Cimed e a Medquímica registraram, em igual intervalo, expansão de 18% e 15%, respectivamente.

 

O que impulsionou o setor foi o aumento da renda da população, um dos grandes motores do consumo no país e que também favoreceu a venda de medicamentos genéricos, e a maior divulgação da qualidade desses produtos. Esses mesmos fatores já vinham influenciando as vendas desde o ano passado. Em 2010, esse mercado cresceu 33,1% com relação ao exercício anterior, índice superior à média de crescimento registrada ao longo da década, que foi de 25% ao ano. A venda de genéricos movimentou R$ 6,2 bilhões em 2010.

 

Os genéricos já detêm 24,1% do mercado farmacêutico nacional. Somente no primeiro trimestre deste ano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou 88 novos medicamentos do tipo. Esse número representa crescimento de 72,5% ante o mesmo período de 2010, quando foram aprovados 51. Esse crescimento é atribuído à reativação de uma gerência exclusiva para o registro de genéricos dentro da Anvisa, o que acelerou o processo. Os números são da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos).

 

Os genéricos são cópias de medicamentos de referência cuja patente já expirou. Desde que eles entraram no mercado, alguns medicamentos que custavam R$ 200, por exemplo, passaram a ser encontrados 50% mais baratos nas farmácias de todo o país.

 

Laboratórios - O Grupo Cimed, com planta em Pouso Alegre, no Sul de Minas Gerais, possui 30 medicamentos genéricos em sua linha de produtos. Destes, 14 foram lançados em 2010. Outros quatro entraram no mercado este ano e a previsão é de que mais 10 ainda sejam lançados. As informações são do conselheiro do grupo, Edison Azevedo. Ele explicou que a empresa estuda e analisa medicamentos com patentes que já venceram ou estão para vencer, para assim viabilizar investimentos em novos itens para o portfólio.

 

Azevedo informou que a linha de medicamentos genéricos representa entre 20% e 25% do faturamento total da empresa. O aquecimento do mercado farmacêutico, explica o conselheiro, exige que o Grupo Cimed esteja presente nas prateleiras das farmácias, para assim competir no mercado. "Esse fator incentiva a produção de novos produtos."

 

O Grupo Cimed registrou crescimento de, aproximadamente, 18% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do exercício anterior. Em 2010, houve incremento de 22% no faturamento da empresa em comparação com 2009. Para este ano, a previsão é crescer 30% sobre 2010. Azevedo acredita que o aumento da renda da população, que está aumentando o acesso a medicamentos, aliado à maior divulgação dos medicamentos genéricos tem impulsionado esse crescimento. No ano passado, a renda familiar média no Brasil atingiu R$ 1.557, um ganho de R$ 272 ante o resultado de 2009.

 

"Além disso, programas como o Farmácia Popular e o incentivo que o poder público está dando para a utilização de medicamentos genéricos, informando a população sobre a sua eficácia, estão fazendo com que as pessoas desfaçam um mito que existia em cima dos produtos e passem a utilizá-los, o que impulsiona as vendas."

 

Já a Medquímica, com sede e unidade fabril em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, possui 12 genéricos entre suas apresentações, que totalizam 92. Quatro desses genéricos foram lançados no ano passado e mais quatro estão com lançamentos previstos para este ano. O carro-chefe da empresa, no entanto, são os medicamentos similares. O diretor comercial, Vinícius Quintão, explicou que a diferença entre genéricos e similares hoje é apenas a denominação.

 

"Antes os genéricos passavam por teste de equivalência farmacêutica e os similares não. Mas todas as empresas foram obrigadas a passar seus medicamentos similares pelo mesmo teste, então hoje é apenas uma questão de registro", esclareceu Quintão. A Medquímica colocou no mercado cinco medicamentos similares em 2010. Este ano já foram mais dois.

 

A empresa registrou crescimento nas vendas de 15% no primeiro trimestre deste ano com relação ao mesmo período do exercício passado. Em 2010, o crescimento foi de 9,8% em faturamento sobre 2009. Quintão atribuiu o bom resultado ao aumento de informações que a população está tendo sobre medicamentos genéricos e similares. "Hoje as pessoas conhecem a qualidade desses produtos", observou. O aumento da renda da população, que facilita o acesso aos medicamentos, também foi citada pelo diretor comercial da Medquímica como fator que impulsionou os negócios.

 

Além de medicamentos similares e genéricos a empresa produz suplementos alimentares. Somente dentro da linha desses produtos já foram lançados dois este ano e há previsão de colocar no mercado mais quatro até o final de julho.

 


Veículo: Diário do Comércio - MG


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