A despeito das ações do governo para desaquecer o apetite dos consumidores neste ano, a fim de controlar a inflação, a indústria brasileira do leite longa vida prevê crescimento de até 5% no volume e de 10% no faturamento em 2011, na comparação com o ano passado.
O setor vive o melhor momento de sua história recente e vê perspectiva de alcançar níveis internacionais de consumo per capita de lácteos nos próximos dez anos, segundo Laércio Barbosa, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Leite Longa Vida (ABLV).
A produção de longa vida deverá alcançar 5,7 bilhões de litros em 2011, com faturamento de R$ 10 bilhões. Em 2010, o produto correspondeu a 55,4% do segmento chamado (ou conhecido por) de leite de consumo (pasteurizado, em pó para varejo e UHT) e a expectativa é que neste ano essa parcela chegue a 57%. Além do aumento da preferência, o setor acredita que o consumidor continuará a migrar do leite pasteurizado e cru (sem tratamento) para o UHT. Em 2010, a produção de leite cru caiu 11% e a de pasteurizado recuou 5,6%.
Segundo Barbosa, que acaba de tomar posse na presidência da ABLV, percebe-se o bom momento pelos investimentos que estão sendo realizados pelo setor. "Todas as grandes indústrias estão abrindo novas unidades ou ampliando as já existentes. E grandes empresas do mercado internacional, como Fonterra (Nova Zelândia) e Lactalis (Itália) estão olhando o mercado brasileiro", disse, acrescentando que, atualmente, todo projeto de laticínio contempla a produção de longa vida. No mês passado, a Fonterra, maior processadora de leite do mundo, anunciou a instalação de uma fazenda leiteira piloto em Cristalina (GO).
O setor de lácteos tem muito a crescer no país. Segundo a ABLV, o consumo per capita alcançou 165 litros, bem abaixo dos 200 litros recomendados pelo Ministério da Saúde. Em 1980, era de 100 litros.
Veículo: Diário do Comércio - MG