Depois de tirar o sono de varejistas do ramo de vestuário e automotivo, por exemplo, os empresários chineses começam a disputar o mercado de alimentação fora do lar (food service). As empresas chinesas representaram a metade dos estandes internacionais da feira Fispal 2011, que envolveu mais de 1.400 expositores, até ontem, na capital paulista, de olho em um segmento que está em ascensão e que movimenta R$ 22 bilhões em transações comerciais ao ano no País.
"A China trouxe o maior número de estandes porque busca ampliar sua participação no mercado mundial", observa Alexandre Barbosa, presidente da Brazil Trade Shows, organizadora da feira. Já Eliane Mello, coordenadora de Marketing da japonesa Ajinomoto, de temperos, acredita que a influência chinesa ainda é insuficiente no ramo, ao contrário de outros setores, como o têxtil. "As empresas da China têm dificuldade em atender no padrão personalizado que os clientes exigem", reforça Adílson Lemos, gerente de Marketing da Metalfrio, de refrigeração comercial.
Afora os produtos e serviços alimentícios, a área de exploração de petróleo e gás é outro filão. A chinesa Sinopec se destaca ao fechar parceria com a Petrobras e registrar a primeira descoberta na Bacia do Pará-Maranhão, em águas profundas. Esta será a região onde a ANP realizará a próxima rodada de licitações, prevista para o segundo semestre de 2011.
Por sua vez, a atividade automotiva naquele país apresentou o primeiro sinal de arrefecimento: as vendas de carros por lá recuaram 0,01%, a primeira queda em dois anos. Porém a expansão ainda é de 6,1% no ano.
A gigante Unilever Food Solutions não parece temer a concorrência chinesa, apesar da percepção do aumento do interesse dos asiáticos no mercado interno. Isso porque a empresa crê que ainda levará muitos anos para eles influenciarem o mercado brasileiro. Ainda na área de alimentação, a 8ª Feira Internacional de Tecnologia para Sorvetes, feita em paralelo à Fispal, recebeu cerca de 90 marcas do segmento, de equipamentos e embalagens a refrigeração, armazenagem e logística. Os visitantes tinham orientação do Serviço de Apoio as Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae), com noções para quem inicia um negócio no segmento, até o aperfeiçoamento para aos que já possuem negócios de certa estabilidade. "Isso é possível através da experiência adquirida em ações anteriores junto a restaurantes, além de rodada de negócios entre pequenas e grandes empresas do setor, como o Carrefour", explica Jairo Lobo, consultor do Sebrae.
Veículo: DCI