O aumento da produção de bananas no Norte de Minas Gerais, estimado em 20% em 2011, tem sido impulsionado pela utilização de cultivares de alta produtividade e maior resistência às principais doenças que comprometem os bananais como a sigatoka amarela, sigatoka negra e o mal do Panamá.
De acordo com a gerente-executiva da Associação Central dos Fruticultores do Norte de Minas (Abanorte), Ivanete Pereira dos Santos, os produtores mineiros estão investindo cada vez mais na aquisição de cultivares modificadas. Estas rendem um maior volume de frutas e qualidade em relação à aparência e sabor superiores às cultivares comuns.
"Os fruticultores do Norte de Minas já aprenderam que é essencial investir na produção para que os frutos apresentem alta qualidade e preços mais valorizados no mercado. Além disso, os aportes em cultivares melhoradas contribuem para alavancar a produtividade e reduzir as perdas e os custos de produção", disse Ivanete.
Neste ano serão produzidas cerca de 320 mil toneladas do produto na região Norte do Estado, o que representa um incremento de 20% no volume. A área ocupada pela cultura será a mesma, o crescimento na produção se deve aos investimentos nos bananais mais antigos e a substituições das cultivares comuns pelas modificadas.
Os principais mercados atendidos são o Rio de Janeiro, que responde pela aquisição de 45% da produção total, seguido por Minas Gerais com 25% e São Paulo, que compra cerca de 21% da produção.
As estimativas em relação aos preços do produto são positivas, apesar dos valores atuais pagos pela caixa de 20 quilos estarem próximos aos custos de produção devido ao período de safra, o que aumenta a oferta de bananas no mercado e promove a redução dos preços.
Durante a primeira semana deste mês, a caixa de 20 quilos de banana foi vendida em torno de R$ 15, sendo que os custos do mesmo volume giram em torno de R$ 11. A expectativa é que a partir de setembro, com o início da entressafra, os preços sejam novamente alavancados. No acumulado dos primeiros cinco meses do ano a caixa de 20 quilos atingiu picos significativos de preços, sendo comercializadas em torno de R$ 26.
Pico de safra - Segundo os dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a região produtora de banana do Norte de Minas Gerais iniciou o pico de safra em junho, e a oferta deve seguir elevada até o mês de agosto.
Neste cenário, as cotações da fruta, principalmente da prata, que responde por 90% da produção, podem reduzir ainda mais ao longo deste mês, pois a região de Bom Jesus da Lapa, na Bahia, também está em ritmo acelerado de colheita. A prata é a variedade mais cultivada tanto em Minas Gerais quanto no estado vizinho.
No início do ano, os preços estiveram atrativos ao produtor, devido ao período de entressafra em ambas as regiões. Em maio, no entanto, os preços da prata em Minas caíram 11% em relação a abril, com a caixa de 20 quilos negociada a R$ 21. A pressão veio do maior volume da variedade proveniente do mercado baiano.
Em relação à qualidade, a banana mineira tem apresentado maior calibre devido a temperaturas amenas na região. Além disso, espera-se que as temperaturas mais baixas do inverno possam contribuir com o escalonamento da oferta ao longo do segundo semestre. Dessa forma, o cenário de baixas cotações esperado para o período de maior oferta pode ser invertido após agosto, tornando os preços novamente atrativos ao produtor.
Nos próximos meses, a produção de banana no Norte de Minas Gerais, onde a temperatura é mais elevada, a amenização do calor pode desacelerar o amadurecimento excessivo da fruta, aumentando o volume de banana de maior calibre. Além da melhor qualidade, vale ressaltar que a irrigação deve seguir normalmente nestas localidades, uma vez que a água utilizada para o suprimento dos bananais é retirada de poços e rios e não do armazenamento de chuvas.
Veículo: Diário do Comércio - MG