Os preços do leite pagos ao produtor estão mais altos neste ano, segundo pesquisas do Centro de Estudos e Pesquisa em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq de Piracicaba. Em junho, por exemplo, a média dos estados de RS, SC, PR, MG, GO, SP e BA foi 5% maior que a de junho do ano passado, já deflacionada pelo IPCA de maio/11.
Com base em dados sobre a captação de laticínios pelas cooperativas dos mesmos estados, pesquisadores do Cepea avaliam que a valorização real do preço do leite ao produtor ocorre, em parte, porque a produção está ligeiramente menor no acumulado dos cinco primeiros meses deste ano em comparação a igual período de 2010. A redução é de 1,5%, ocasionada principalmente pela menor oferta de Goiás (recuo de 12% em 2011).
Em Minas Gerais e São Paulo, também houve redução na captação de leite, porém, em menor proporção. Entre os motivos para a queda estão o maior custo de produção provocado pelo encarecimento dos insumos usados por produtores para reforçar a alimentação das vacas. O gasto extra com insumos deve ter apertado a margem dos produtores, já que o leite subiu bem menos que produtos como o milho (alta de quase 50% entre junho/10 e junho/11, descontando a inflação do período) e o farelo de soja (aumento real de 15%).
Na parcial deste ano, as exportações de derivados lácteos diminuíram, ao mesmo tempo em que as importações aumentaram consideravelmente, o que compensaria ao menos em parte o impacto da menor produção interna. O aumento do leite ao produtor - e nos segmentos a jusante - é explicado também pela demanda do brasileiro, fundamental para que os preços estejam nos patamares que estão.
Veículo: DCI