Laudos confirmam: havia ferro no açúcar

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Secretaria da Saúde e Ministério Público divulgaram exames que atestam contaminação em duas marcas vendidas em MG

 

Laudos confirmam a presença de ferro em duas marcas de açúcar comercializadas em Minas: Bonzão e Doce Mel. A Secretaria de Estado de Saúde (SES) e o Ministério Público divulgaram exames que atestaram a ocorrência de ferro em amostras dos dois açúcares. No entanto, os pedaços encontrados no pacote da segunda marca não “apresentam risco à saúde humana”, segundo nota da SES. Além disso, o MP determinou a apreensão e suspensão de fornecimento de mais quatro marcas em Divinópolis, na Região Centro-Oeste. Além da Doce Mel, proibida de ser comercializada há duas semanas, os rótulos Bonzão, Campo Doce, Tip Top e Maxçúcar apresentaram, em exames preliminares, contaminação com materiais ferromagnéticos, como cobalto, níquel e ferro.

 

Exame concluído ontem pela Diretoria de Vigilância de Alimentos, ligada à SES, comprovou a presença de ferro na análise do açúcar Bonzão coletado em Congonhas, na Região Central do estado. “A empresa já foi notificada para que adote medidas de adequação do processo de produção. A presença de ferro no açúcar denota falhas no processo de produção, devendo as empresas notificadas adotar, imediatamente, as medidas de controle”, informa a nota da Secretaria Estadual de Saúde.

 

O laudo oficial que comprova a contaminação do açúcar Doce Mel também foi entregue ao Ministério Público de Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas. O documento diz que a marca “não atende à legislação vigente devido à presença de materiais estranhos (partículas ferrosas de diferentes tamanhos)”. As partículas variam de um a nove milímetros e o consumo é prejudicial à saúde. De acordo com o promotor Sérgio Gildin, a empresa será notificada e deverá informar, entre outras coisas, em quantos municípios o açúcar é comercializado. “Por enquanto, a venda foi suspensa apenas em Divinópolis. Não sabemos se outras cidades da região comercializam o produto. Mais informações serão colhidas.”

 

O promotor acrescenta que o Ministério Público de BH poderá ser acionado, dependendo da abrangência da comercialização do produto, e não descarta a possibilidade de haver uma proibição da venda no estado ou no país. “Precisamos averiguar como aconteceu essa contaminação. Esses serão os próximos passos”, diz. A promotoria aguarda ainda o laudo oficial das marcas Maxçúcar, Tip Top e Campo Doce, que também foram retiradas das prateleiras de supermercados da cidade.
Em pelo menos sete municípios mineiros, incluindo a capital, pessoas reclamaram ao Ministério Público e a órgãos municipais de saúde da ocorrência de pedacinhos negros em pacotes de açúcar cristal, o que levou a Justiça a suspender a comercialização da marca Doce Mel, em Divinópolis. Apenas passando um imã pelo saco plástico, é possível atrair as partículas.

 

Em nota, a SES explica que a ocorrência de ferro pode ser uma falha no controle de produção. Na etapa seguinte à evaporação do caldo de cana, o açúcar passar por tubos que podem desprender material ferroso, podendo pedaços serem incorporados ao açúcar cristal. As partículas são chamadas de “ponto preto” e devem ser eliminadas por métodos que permitam sua retirada. Para monitorar o controle de qualidade das linhas de produção, a Diretoria de Vigilância de Alimentos determinou que sejam feitas inspeções nas duas usinas de açúcar cristal localizadas em Minas.

 

A investigação continua

 

O Ministério Público apura a origem do problema. A principal suspeita é que tenha ocorrido uma contaminação em cadeia, iniciada por um fornecedor paulista (da região de Ribeirão Preto, em SP), comum a todas as marcas, e, por consequência, o problema teria se repetido com várias empresas empacotadoras que adquiriram o açúcar. Uma das hipóteses investigadas é que tenha ocorrido problema com o maquinário do fabricante, pois o produto chega às fábricas em sacos lacrados e a contaminação no processo de empacotamento seria mais complicada por ter se repetido em marcas diferentes. Dependendo da extensão do problema, o MP pode determinar a suspensão da venda dos produtos no restante do estado. Caso os danos aos organismos seja acentuado, a promotoria pode processar criminalmente as empresas responsáveis pelas marcas ou o fornecedor do açúcar. 
 


Veículo: O Estado de Minas


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