Varejo terá 113 mil empregos temporários

Leia em 3min 50s

Historicamente a época do ano em que comércio e serviços mais recrutam trabalhadores temporários, o Natal de 2008 deve gerar 8% mais vagas formais que em 2007, chegando 113 mil postos de trabalho em todo o Brasil.

 

O número, que mostra o otimismo do setor com as vendas de final de ano, fazem parte de estudo realizado pelo Instituto de Pesquisas Manager (Ipema) e coordenado pelo Sindiprestem (Sindicato das Empresas de Prestação de Serviço e Trabalho Temporário) e pela Asserttem (Associação Brasileira de Empresas Terceirizáveis e Trabalho Temporário).

 

No ano passado, as contratações cresceram 16%, totalizando 105 mil vagas. "Foi um crescimento fora do normal", explica.

 

Apesar de realizado no final de agosto, antes de se iniciarem as turbulências nos mercados internacionais, a estimativa de contratação não sofreu alteração na avaliação do diretor do Sindiprestem, Vander Morales. "O apelo do Natal é forte", afirma acrescentando ainda a injeção do 13 salário na economia como outro fator que mantém inalterado o cenário esperado para o varejo.

 

Fiscais de loja, empacotadores, estoquistas, analistas de crédito e operadores de telemarketing já começaram a ser selecionados para trabalhar de novembro a janeiro no comércio de rua e de shopping centers de todo o País.

 

A região Sudeste lidera as contratações de trabalhadores temporários, com 55,35% do total estimado para o País. Só o Estado de São Paulo concentra 36,7 mil oportunidades, seguido de Minas Gerais, com 14,03 mil. A região Sul ocupa a segunda posição com 20,34%. O Nordeste segue em terceiro com 12,21%; o Centro-Oeste em quarto, com 8,08%, seguido pela região Norte com 4,02%.

 

Para atender ao aumento das vendas típico dos últimos meses do ano, especialmente em dezembro, o Grupo Pão de Açúcar, por exemplo, abriu 5 mil vagas temporárias. As vagas estão distribuídas nos 14 estados e Distrito Federal, nas 575 lojas da companhia

 

Já no Brás, um dos maiores bairros de comércio popular de rua de São Paulo, a expectativa é incrementar em 8% as vendas de final de ano. A região que possui 6 mil lojas, espera receber 500 mil pessoas por dia a partir de novembro. Para atender à demanda sazonal, a Associação de Lojistas do Brás (Alobrás) estima que sejam abertas em média 3,5 mil vagas.

 

Com faixa etária predominante entre 18 e 24 anos, boa parte dos contratados - 29% - deverá ter no trabalho temporário o primeiro emprego.

 

Com direitos iguais a qualquer celetista, a média de salário dos trabalhadores formais será de R$ 665, segundo o estudo.

 

A única dúvida, segundo Morales, fica por conta da efetivação dos trabalhadores. No estudo, a estimativa das empresas era de contratar 37% dos trabalhadores após o término do contrato temporário. No ano passado, esse número era de 34%. "Com a turbulência da economia, não dá para ter muita segurança sobre o que vai acontecer mais para frente", afirma.

 

Supermercados

 

Apesar da queda de 5,63% nas vendas de setembro na comparação com agosto, o setor supermercadista mantém a previsão de um Natal positivo. A queda, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) é resultado de um movimento normal do período. "Setembro tradicionalmente cai", afirma o presidente da entidade, Sussumu Honda. Além disso, explica o empresário, o mês registrou um final de semana a menos que agosto, ajudando a levar para baixo o resultado.

 

Apesar disso, em relação a setembro de 2007, as vendas dos supermercados subiram 5,53%. O acumulado do ano também se mantém em alta, e registra crescimento de 8,93% até setembro.

 

A entidade espera um crescimento de 10% nas vendas de Natal em relação à data de 2007 e mantém em 8% a expectativa de crescimento para o ano. "O realizado é muito forte e as vendas de Natal são cerca de 30% maiores que as de um mês normal do setor", diz.

 

Segundo o empresário, na primeira quinzena de outubro as vendas do setor mostraram-se boas. A partir da segunda quinzena, no entanto, já é possível sentir uma retração no setor de não-alimentos, que representam cerca de 35% do faturamento de hipermercados. "Para algumas redes, outubro está crescendo, mas não atingindo as metas previstas", diz Honda.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


Veja também

Hora de comprar computador

Preços caíram 9% em um ano. Porém, especialistas dizem que o cenário pode mudar até o...

Veja mais
Rede gaúcha Colombo abre loja especializada em alta tecnologia

A rede de lojas Colombo, com sede em Farroupilha, na serra gaúcha, e 371 lojas nas regiões Sul e Sudeste, ...

Veja mais
Têxteis e moveleiras revêem investimentos

Outubro e novembro costumam ser meses em que as empresas tomam decisões estratégicas para o ano seguinte. ...

Veja mais
P&G sobe preços

A Procter & Gamble, dona das marcas Oral B, Pantene, Wella, Eukanuba e Gillette, entre outras, anunciou que ir&aacut...

Veja mais
Marca própria no topo

O número de mercadorias disponíveis no varejo com marcas próprias (a marca do produto é a da...

Veja mais
Má gestão do frete pode transformar lucro em prejuízo

A logística está entre os maiores desafios para a empresa que pretende atuar no mercado internacional. Ent...

Veja mais
Comunicação monitorada reduz tempo e custo fixo

No fim da manhã de ontem, o gerente nacional de publicidade do Carrefour, Fábio dos Santos, tentava substi...

Veja mais
Decreto de Portos quer atrair projetos de R$ 19 bi

O decreto que introduz um sistema de concessões para a construção e operação de novos...

Veja mais
Grãos e carnes poderão ter desconto de imposto

O governo estuda incluir produtos primários, como grãos e carnes, na política de drawback verde ama...

Veja mais