Preços caíram 9% em um ano. Porém, especialistas dizem que o cenário pode mudar até o Natal
Os preços de computadores e seus acessórios caíram 9% em 12 meses, conforme o Índice de Preços ao Consumidor Semanal calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Como muitos desses produtos são importados, economistas indicam: quem planeja a compra deste tipo de equipamento e já tem dinheiro na mão, é hora de comprar, pois esperar para verificar se o dólar se mantém valorizado ou não pode ser arriscado.
André Braz, da FGV, afirma que o cenário ainda é nebuloso mas, ao comparar os preços do item na primeira semana de outubro com o mesmo período do mês passado, é possível detectar indícios de que os preços podem subir. De uma deflação de 3,71% na primeira semana de agosto e uma queda de 0,32% no período em setembro, os preços passaram a subir 0,49% em outubro, após quatro meses consecutivos de retração.
A mesma oportunidade se apresenta para outros produtos eletrônicos, como TV a cores e aparelhos de DVD. Ambos tiveram, respectivamente, queda de 14,7% e 13,4% no ano. Porém, também desaceleraram em outubro: enquanto o preço de TV parou de cair, o dos DVDs passou a cair menos.
Ou seja, quanto mais tempo o câmbio continuar nesse patamar elevado, acima de R$ 2,00, diz Braz, maiores são as chances de repasse nos preços para o consumidor no médio prazo, o que pode prejudicar as compras de Natal. “Os preços podem subir até o fim do ano”, diz.
Fábio Romão, economista da LCA Consultores, estima que a alta dos preços impulsionada pelo dólar demore entre três e seis meses para chegar até o consumidor.
“Se verificarmos que a moeda começou a se valorizar expressivamente no fim de setembro, poderemos perceber uma possível alta até o fim do ano”, conclui. “Apesar de não terem subido muito, os preços pararam de cair”, alerta. Ele completa que os preços caíram em boa parte pela desaceleração da economia do País. Portanto, Braz afirma que o consumidor deve começar mais cedo a pesquisar preços. “Principalmente, para acompanhar promoções. Porém, o uso do crédito agora é inapropriado devido à alta das taxas de juros. Quem não puder comprar à vista, é melhor adiar a compra.”
A arquiteta Liliane Maria Rachid, 49 anos, aproveitou o momento e comprou um notebook na semana passada. Ela começou a planejar comprá-lo há dois meses, para substituir um computador antigo, e uma promoção a impulsionou a tomar a decisão . “Considerei, principalmente, o custo benefício. Até pensei em pedir para alguém trazer o produto do exterior, mas, com o dólar alto, vi que está valendo mais a pena comprar por aqui.”
Veículo: Jornal da Tarde