Estudo feito pela Epamig e pela Unimontes pretende agregar à fruta condições para ser transportada de navio sem perder a qualidade. Meta da Abanorte é começar a vender para os estrangeiros até 2013
Que tal vender banana-prata para Inglaterra ou Alemanha? Essa é a meta da Associação Central dos Fruticultores de Minas Gerais (Abanorte), sediada em Janaúba, prevista para ser cumprida entre o fim de 2012 ou início de 2013. Segundo o presidente da associação, Jorge Luís Raymundo de Souza, em um ano e meio serão completados os estudos contratados para a solução dos problemas de conservação da fruta após a colheita, que até agora são a grande barreira para as exportações.
José Luís de Souza explica que os estudos , feitos pela Empresa de Pesquisa Agropecuária (Epamig), vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), têm o objetivo de agregar à banana a condição de ser transportada nos contêineres dos navios em longas viagens sem perder a qualidade. “Quando for superado o problema técnico relacionado com a conservação da banana-prata nos contêineres dos navios, o produto terá embarques regulares começando pelo bloco da União Europeia (UE). Grandes compradores desse bloco já demonstraram interesse pela compra”, informa.
Jorge Luís considera que a banana-prata tem condições de competir com outras variedades conhecidas pelos europeus porque é a mais adequada para ser incluída em saladas de fruta. “Após ser cortada, a prata mantém o sabor original por maior tempo e não fica escurecida.”
Segundo o superintendente de Política e Economia Agrícola da Secretaria da Agricultura, João Ricardo Albanez, a perspectiva de exportar para a União Europeia é sempre interessante. “O nível de exigência dos compradores do bloco é muito alto e serve de referência para a entrada em outros mercados”, explica. Ele lembra que a Bélgica, maior importador de bananas do mundo, também está entre os países integrantes da UE. Segundo o último levantamento da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), em 2008, a Bélgica adquiriu cerca de 1,5 milhão de toneladas do produto.
Para Dirceu Colares de Araújo Moreira, conselheiro da Cooperativa dos Produtores de Bananas-Prata (Cooprata) de Nova Porteirinha, no Norte de Minas, a perspectiva de exportar o produto para a Europa interessa principalmente aos fruticultores da região que já venderam banana -caturra no exterior e suspenderam os embarques por causa de problemas de câmbio.
BANANADA MINEIRA
De acordo com dados do IBGE, a safra estimada de bananas de Minas Gerais, para este ano, é de 642,8 mil toneladas, cerca de 9% da produção nacional. O Norte de Minas responde por 40,8% da safra mineira de banana, com cerca de 11 mil hectares plantados.
Veículo: O Estado de Minas