Eletrônico nacional fica de fora da bonança

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Mesmo com vendas em alta, sete fábricas da linha marrom foram fechadas nos últimos cinco anos

 

As vendas de produtos eletrônicos e eletrodomésticos - especialmente da linha marrom, que inclui aparelhos de TV e som - continuam em alta e com preços ao consumidor em queda. Mas, em vez de acompanhar o movimento de aceleração, a indústria nacional recuou com força este ano, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

O dólar baixo e a invasão de importados já provocaram o fechamento de sete fábricas de componentes no Polo Industrial de Manaus e a demissão de 6 mil funcionários ao longo dos últimos cinco anos. As informações são do Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares de Manaus (Sinaees), que conta com 52 empresas associadas.

 

O presidente da instituição, Wilson Périco, diz que, junto com a fabricação de componentes, a indústria de aparelhos de áudio é uma das mais prejudicadas. A Pesquisa Industrial Mensal de junho mostrou que a produção de eletrodomésticos recuou 4,4% no segundo trimestre no ano, depois de já ter caído 8,2% no primeiro trimestre.

 

O segmento de linha marrom acumula queda de 20,4% na produção no primeiro semestre, contrastando com a uma alta de 1,7% da indústria como um todo.

 

"Temos hoje produtos como DVD e aparelhos de áudio, com crescimento no comércio, que foram carros-chefe de muitas empresas no passado, mas deixaram de ser fabricados no País, ou seja, estão sendo importados", afirmou Périco. "Poderíamos estar gerando muito mais empregos e riqueza no Brasil. Mas, por conta das questões cambiais e da passividade do governo brasileiro para com os produtos importados, estamos gerando empregos na China", diz.

 

Consumo. Apesar das medidas de restrição ao crédito, a atratividade dos preços, especialmente dos importados, estimulam os consumidores a irem às compras. O gerente da Coordenação de Indústria do IBGE, André Macedo, acredita que tanto as medidas de restrição ao crédito quanto as importações prejudicaram o segmento.

 

"O setor de linha marrom tem estado sempre abaixo do resultado total da indústria, registrando mais perdas", disse ele, que atribui os maiores prejuízos à fabricação de TVs e de rádios, "produtos que acabam enfrentando mais concorrência com os importados".

 

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) de junho, também divulgado pelo IBGE, mostrou que o câmbio valorizado e as importações puxaram o recuo de 3,8% nos preços de equipamentos de informática e eletrônicos na "porta de fábrica", ou seja, ainda livres dos custos com impostos, tarifas e fretes.

 

Como resultado, os produtos já ficaram 9,42% mais em conta de janeiro a junho. Em 12 meses, a queda acumulada é de 16,04%. Ficaram mais baratos na fábrica os telefones celulares, televisores, componentes eletrônicos e impressoras.

 


Veículo: O Estado de S.Paulo


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