Gasto médio com presentes para o Dia dos Pais empata com das mães

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O varejo nacional foi beneficiado por um fenômeno acerca do Dia dos Pais: o tíquete médio dos presentes alcançou o patamar do Dia das Mães, a segunda data mais importante para o comércio brasileiro, após o Natal. Com gastos médios de R$ 80, valor apurado pela Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), é possível dizer que pela primeira vez na história do setor o volume de compras esteve tão elevado - com base nos números do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). "É um marco inédito", reforçou o professor Claudio Felisoni, que coordena o Programa de Administração do Varejo (Provar). Em entrevista ao DCI, ele explicou que "esse dado encontra respaldo nas condições da economia, que, a despeito da crise internacional, são positivas", analisou. A atividade comercial chegou a crescer 15% em alguns shopping centers, no período de 31 de julho a 13 de agosto, que envolve a data comemorativa.

 

Na avaliação do presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior, o brasileiro não reduziu sua intenção de consumir, apesar da quinta elevação consecutiva da taxa básica de juros. "Isso se reflete na estimativa de desempenho bastante favorável para o varejo em 2011", afirmou. A assessora econômica da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Mariana Hanson, atribuiu os bons resultados no setor varejista ao aumento anual de 4% na renda média da população brasileira.

 

Vestuário, calçados, acessórios e eletroeletrônicos formam, tradicionalmente, a categoria de produtos mais procurada em função do Dia dos Pais, representando 70% do faturamento propiciado pela data. Uma retração foi observada nos bens de consumo duráveis, como móveis e eletrodomésticos. Já a procura por equipamentos de informática, embora fosse uma tendência para este ano, concentrou-se na lista de presentes do consumidor de alta renda.

 

"Roupas e eletrônicos são as escolhas da data", afirmou o gerente de Marketing do Shopping Vila Olímpia, Emerson Lucas. Segundo ele, "o fluxo de clientes aumentou visualmente desde o início do mês", no centro de compras, onde a expectativa de crescimento para as vendas do período era de 15%. Os resultados, contudo, ainda não foram averiguados pela administração.

 

O Shopping Butantã, na zona oeste de São Paulo, atingiu suas expectativas para o fim de semana. O estabelecimento esperava um aumento de 15% na frequência de clientes e incremento de 12% nas vendas, durante o final de semana. Para atrair consumidores, o centro de compras promoveu um concurso de frases cujo prêmio é uma viagem à Fortaleza (CE). Já o Shopping União de Osasco registrou os maiores incrementos entre os empreendimentos consultados. Durante o período o fluxo de público registrado foi 15% superior se comparado ao ano anterior. As vendas, também tiveram um aumento de 15%, em comparação ao Dia dos Pais do ano passado.



O Shopping Interlagos, na zona sul, preparou-se para receber mais de 132 mil frequentadores (20% a mais que o normal) no fim de semana do Dia dos Pais. Com expectativa de vender 10% a mais, em função da data comemorativa, o centro de compras bateu sua meta Segundo a superintendente, Carla Bordon Gomes, o shopping registrou aumento de fluxo de público de 8%. Em parceria com a Warner Bros Pictures, o estabelecimento instalou uma cópia do carro do filme Speed Racer para que os clientes pudessem se fotografar.

 

Em Jundiaí, no interior de São Paulo, o Maxi Shopping esperava 32 mil pessoas na sexta-feira e mais 37 mil no sábado, dias para os quais se estimava um aumento de 12% na atividade comercial, na comparação com o mesmo período do ano passado. Uma campanha do estabelecimento estava premiando participantes com tablets. "O Maxi registrou 8% de aumento de fluxo de público, se comparado ao período do ano passado", disse a gerente de marketing, Silvia Helena Sandoval.

 

Entidades consultadas pelo DCI na última sexta-feira, como a Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings (Alshop), a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) e a CND projetavam aumento de 8% nas vendas do comércio para o Dia dos Pais deste ano, considerando que a data seja a quarta melhor para o varejo nacional. Embora as projeções tenham sido otimistas, é consenso entre os especialistas que as famílias assumiram uma postura mais comedida em 2011, optando por prazos mais curtos para pagar suas compras. "O consumidor está mais racional e, embora o Brasil viva um cenário favorável, existe o temor do endividamento por conta das turbulências da economia internacional", aponta o diretor de Relações Institucionais da Alshop, Luís Augusto Ildefonso da Silva.

 

Segmentos diversos do varejo participaram da euforia econômica promovida pelo Dia dos Pais. Nos balcões virtuais, esperava-se uma movimentação financeira de R$ 625 milhões, no período de 31 de julho a 13 de agosto, com aumento de 20% sobre o resultado de 2010, de acordo com a companhia especializada e-bit. Empresas representativas do polo comercial da rua 25 de março, em São Paulo, a Armarinhos Fernando previa um crescimento alinhado com as projeções oficiais da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CDNL). "Esperamos um aumento de 8% a 10% nas vendas", declarou o gerente da loja matriz, Ondamar Ferreira.

 

Já a Viva Experiências!, que comercializa coisas como saltos de para-quedas, esperava movimentar R$ 250 mil com a venda de cerca de 2.500 caixas-presentes no Dia dos Pais. "No ano passado, vendemos 500 caixas, com destaque para [a área de] gastronomia", analisou o sócio fundador da empresa, Andre Susskind.

 

Veículo: DCI


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